29/06/2018

Boletim Dominical 01/07/2018

MASCULINIDADE, AFETIVIDADE E A IMPORTÂNCIA DE GRUPOS REFLEXIVOS PARA HOMENS

Homens precisam falar. É essa a constatação que esse texto busca passar.
E eu sei, homens falam. Desde sempre. Falam sobre tudo. O privilégio de gênero nos dá essa oportunidade, principalmente a homens brancos. Mas precisamos falar sobre nós e entre nós. Sobre emoções, medos, fraquezas e atitudes erradas. Principalmente atitudes erradas.
O debate sobre masculinidades, cada vez mais em pauta, trouxe aos homens (seja branco, negro, hétero, gay, cis, trans) a possibilidade de revelar seus medos, inseguranças, questionamentos e propostas sobre novas maneiras de “ser homem” e as múltiplas possibilidades de exercer, de forma saudável, essas masculinidades. Toda construção tóxica do que se entende como ser um “homem de verdade” envolve, além de inúmeras outras questões, não falar sobre seus sentimentos.
Há inúmeras pesquisas que comprovam que homens são os principais atores da violência: os que mais cometem, os que mais sofrem e os que mais praticam o ato contra si próprios. E em contrapartida, os que menos procuram ajuda psicológica, os que menos fazem terapia. Tudo isso fruto, mais uma vez, de uma construção de masculinidade ruim que, de certa forma, nos impõe que buscar ajuda e reconhecer que não consegue lidar com algumas coisas sozinho, nos torna menos homem.
Qualquer mudança social que se queira em relação ao que entendemos como um exercício saudável de masculinidades precisa passar, primeiramente, pela comunicação, pelo diálogo e pela construção espaços saudáveis pra isso. Há uma série de barreiras sociais, culturais e históricas que impedem ou inibem que homens falem sobre aquilo que os aflinge, numa busca impossível por uma “masculinidade perfeita”. Busca essa que traz consequências negativas para todos, principalmente mulheres, que acabam recebendo boa parte dessa violência. A própria Lei Maria da Penha propõe, além do suporte emocional para as mulheres vítimas de violência doméstica, grupos reflexivos de gênero para homens, afim de reduzir (e tendo êxito) os índices de reincidência dessa violência.
Mais do que nunca, essas iniciativas precisam partir de homens. Um exercício honesto de autocrítica sobre a maneira que estamos exercendo nossa masculinidade desde que nascemos. Um exercício de busca por humanizar nossas relações sociais, nossos corpos e nossas emoções, e de que maneiras estamos colocando isso no mundo. Quebrar todas as barreiras que impedem de nos comunicar.
Homens, precisamos falar.

Texto de Caio César – texto completo disponível em:
https://medium.com/@geocaio/masculinidade-afetividade-e-aimport%C3%A2ncia-de-grupos-reflexivos-para-homens-2722af98b0f8



19/06/2018

VEM AÍ ARRAIÁ DA FAMÍLIA IBP

Eitcha que vai ter arrasta pé na Vila IBP... Meu senhor e minha senhora separe aí o dia 22/06, a partir das 18h, e dia 23/06, a partir das 16h, vai ter brincadeira, fogueira 🔥, muita comida 🌭🍯🍩 e diversão. Ahh e sem esquecer o Forró. Vai ser bão demais meu povo!!!


Sexta-feira (22/06), às 18h e Sábado (23/06), das 16h às 00h. 
Você não pode perder o arraiá mais esperado do ano!

15/06/2018

Boletim Dominical 17/06/2018



Vila IBP

            O tema do nosso Arraiá Junino este ano nos convida a relembrar das inúmeras vilas que permeiam nosso imaginário. Segundo os dicionários, a palavra Vila é um substantivo feminino que significa povoação de categoria inferior a uma cidade, mas superior a uma aldeia. Creio que a grande maioria da nossa comunidade guarda em suas lembranças as imagens de alguma pequena Vila em que nasceu, viveu ou simplesmente visitou a passeio. Como esquecer destes pequenos espaços geográficos marcados pela simplicidade, com gente de fácil acesso e de coração aberto, um pequeno armazém (bodega do Sr. Antônio e D. Maria que vendia de “tudo” neste mundo), uma delegacia quase sempre fechada por falta de incidente, uma igrejinha e a famosa pracinha onde aconteciam as festividades da localidade.
            Quando criança, em Aracaju, as Villas urbanas eram pequenos conglomerados com pequenas casinhas unidas por um pequeno e estreito corredor. Nestas pequenas Vilas moravam as pessoas pobres da cidade. Recordo-me da minha Tia Rivanda iniciando sua vida conjugal, morando numa pequenina Vila do meu bairro. Interessante era notar que estas casinhas eram unidas pela mesma parede, e por serem cobertas de telhas, todo diálogo, discussão, festa ou seja lá o que fosse nunca era um ato privado daquele casal ou família, e sim, um ato coletivo. No dia seguinte, toda Vila estava comentando o acontecido na noite anterior, isto quando as discussões não se tornavam coletivas e a “festa” se arrastava pela madrugada, até que todos e todas, cansados e cansadas iam dormir. Era animado!
            Importante destacar na história que uma pequenina Vila insignificante, tornou-se uma referência para fé cristã tendo seu nome imortalizado na figura do Salvador da Humanidade, nosso Senhor Jesus de NAZARÉ*. Na história bíblica, Maria teria sido visitada pelo anjo Gabriel em Nazaré da Galiléia (Lucas 1:26) e recebido o anúncio da sua gravidez divina. Apesar de Jesus não ter nascido em Nazaré, foi nesta pequenina Vila que ele cresceu junto com sua família. Nazaré estava localizada no pequeno e pobre Estado da Galiléia que possuía cerca de 400 habitantes na época (João 1:46). Fico imaginando nosso Salvador e Senhor Jesus correndo e brincando pelas ruas estreitas do pequeno Vilarejo com outras crianças enquanto crescia e ajudava seu pai José na carpintaria.
            Por tudo isto, o tema da nossa festa junina este ano nos reporta à Vila, lugar de simplicidade, vizinhança próxima (comunhão), tensão, dores, lágrimas, risos, partilha, perdas, conquistas comunitárias e claro, lugar de muita festa e alegria. Ainda me lembro de alguns domingos na Vila em que morava minha tia, quando os vizinhos(as) na sua grande maioria finalmente de folga, colocavam seus aparelhos de som no corredor e partilhavam ali suas músicas, comidas e muita conversa e risos até o final da tarde quando finalmente se recolhiam para descansar e se preparar para mais uma semana de lutas.
            Viva a Vida, Viva a Vila IBP, que na simplicidade e na partilha da festa possamos nos alimentar de Esperança para enfrentar as lutas que virão pela frente.

*Segundo os evangelhos, Nazaré foi o lar de Jesus e Seus pais desde o retorno do Egito até mudar-se para Cafarnaum, por volta dos trinta e poucos anos de idade. Seus pais viveram ali antes de seu nascimento e Ele, com certeza, possuía parentes entre os habitantes do vilarejo. Nos períodos romano e bizantino (até o 4° século), Nazaré fora uma insignificante vila, habitada em sua maioria por judeus pobres e incultos que se dedicavam à produção de vinho e óleo. Isso pelo menos é o que nos revelam as escavações de Bellarmino Bagatti, iniciadas em 1955, que trouxeram a lume um considerável número de prensas para azeitonas e uvas, além de depósitos de água, vinho e pão. Sobre as escavações e conseguintes conclusões desse arqueólogo, veja suas notas em B. Baflatti, The Church from the Circumcision (Jerusalém: Franciscan, 1971).

            Do seu pastor e amigo,
            Wellington Santos


08/06/2018

Boletim Dominical 10/06/2018


A prioridade de salvar a Vida no planeta
CEBI ⁄ Bíblia ⁄ Reflexões
por Marcelo Barros*

Durante essa semana, em torno ao 05 de junho, que a ONU consagra como “dia internacional do ambiente”, no mundo inteiro, se promovem discussões e eventos sobre a urgência de um maior cuidado com a Terra e a proteção da vida no planeta.
“Cinco relatórios publicados em março pela Plataforma Intergovernamental Científico-Política sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistêmicos (IPBES) confirmam: a situação atual é alarmante e exige uma resposta urgente dos governos e da sociedade civil internacional. A diminuição da água doce em todo o planeta é visível e muito grave. O aquecimento global afeta a fertilidade da terra e a própria vida marinha em todos os oceanos. Os venenos usados na agricultura estão provocando a extinção de diversas espécies de abelhas. Além disso, impedem a polinização de muitas espécies vegetais” (Cf. Revista Internazionale, n. 1249, abril 2018, p. 15).
Na década passada, a Global Food Print Network e outras entidades científicas que seguem a situação de saúde do Planeta haviam falado do Earth Overshoot Day. Esse seria o dia em que os limites de sustentabilidade da Terra seriam ultrapassados e o equilíbrio da vida no planeta, totalmente ameaçado. Infelizmente, os dados revelam que já há dez anos, exatamente no dia 23 de setembro de 2008, a Terra superou em 30% sua capacidade de reposição dos recursos necessários para as demandas humanas. No momento atual, para atender às necessidades da humanidade, precisaríamos de mais de uma Terra. Garantir ainda o que resta dessa sustentabilidade da Terra é a premissa indispensável para resolver os outros aspectos da crise: social, alimentar, energética, econômica, cultural.
Infelizmente, governos e instituições internacionais continuam insistindo no modelo capitalista depredador. A cada ano, os governos destinam somas imensas para armamentos e guerras. O Banco Mundial faz qualquer coisa para salvar bancos e multinacionais irresponsáveis que perderam dinheiro no cassino financeiro da imprevisibilidade. Já há quase dez anos, a imprensa denunciava: “Esse dinheiro do povo, dado aos ricos, “é um valor 40 vezes maior do que os recursos destinados a combater as mudanças climáticas no mundo e a pobreza” (Le Monde Diplomatique Brasil, maio de 2009, p. 3).
Para quem vive a busca espiritual, o cuidado amoroso com a Mãe Terra, com a água e com todo ser vivo fazem parte do testemunho que Deus é amor, está presente e atuante no universo. Apesar de todas as agressões e crimes cometidos contra o Planeta, ainda podemos salvá-lo. Em 2003, a UNESCO assumiu a “Carta da Terra”, como instrumento educativo e referência ética para o desenvolvimento sustentável. Participaram ativamente de sua concepção humanistas e pensadores do mundo inteiro. É preciso que a ONU assuma e ponha em prática esse documento que qualquer pessoa pode ler e comentar na internet (basta consultar: “carta da terra”). É o esboço de uma “declaração dos direitos da Terra e da vida” e todos nós precisamos defendê-los.
Na encíclica sobre o cuidado com a Terra, nossa casa comum, o Papa Francisco propõe uma aliança de toda a humanidade para cuidar mais e melhor da Terra. Ali, ele afirma que as religiões e tradições espirituais devem se unir para fortalecer essa aliança de todos pela vida. Em cada tradição espiritual, precisamos explicitar e desenvolver o mais profundamente possível uma verdadeira veneração pela Terra, pela Água e por todos os seres vivos, como sacrários ou ainda ícones vivos do Espírito Divino. Como diz uma oração que os cristãos das Igrejas mais antigas cantam em cada celebração eucarística: “Os céus e a terra estão cheios da tua glória, ou seja, da tua presença amorosa”.




01/06/2018

Boletim Dominical 03/06/2018



Carta da Juventude do Caminho
Satuba, 27 de maio de 2018.

Nos redescobrimos elo. Elo que pertence, resiste, se alimenta, cria e compartilha. A liberdade de ser e para ser. Desconstruindo-se e construindo-se como um. Um que é plural, que é humano e se constitui a partir da diversidade que se revela no colo das mães, na representatividade negra, no protagonismo feminino, na voz que é sigla, frase, grito e lugar: LGBT+. Que se revela na atitude subversiva que acolhe e emancipa os corpos, a mente e o espírito.
Somos construção que será, mas que já é. É presente, é agora, porque já somos. Somos quilombo, encontro, força e luta. Corpos inconformados que se abraçam e enxugam suas lágrimas enquanto experimentam a partilha.
Acreditamos em um Deus encarnado em cada um de nós que se mostra multiforme e frágil. Que nos saúda no rosto do outro e nos encontra a partir do encontro com nós mesmos. Que torna a divindade humana, a humanidade divina, o sagrado simples e o amor real. Agora estamos presos ao céu e o céu está livre em nós.
Saímos do quilombo fortalecidos para a vida. Humanos caminhantes trilhando o caminho aberto pelo Cristo, ainda não atravessados. Por isso seguimos sendo quem somos, amando quem amamos e fazendo a nossa parte para que todos tenham esse mesmo direito.