Semana da ecologia na Igreja Batista do Pinheiro, uma semente que germina na gente!
Pelo segundo ano consecutivo, a Igreja Batista do Pinheiro comemora a semana do meio ambiente com a realização da sua Gincana Ecológica. Mesmo em tempos onde a agenda ambiental está na mídia, não foi um evento de grande monta. Não houve uma mobilização maciça da comunidade religiosa. Não sensibilizou de imediato, as pessoas que vivem no entorno do templo. Estavam ali algumas crianças e adolescentes da IBP, seu pastor e pastora, alguns adultos simpatizantes as causas ecológicas, duas representantes de uma cooperativa de material reciclável. Um grupo singelo, como singelas são as sementes de qualquer árvore. Pequenas, frágeis, até certo ponto vulneráveis, mas carregadas da energia da vida! Assim somos nós! Pequenos, frágeis e até certo ponto vulneráveis, mas carregados da energia da transformação. E assim começo esse texto, querendo fazer uma analogia entre semente e gente. Ou talvez encontrar as parecenças entre gente e semente. Ambos têm em si a dinâmica do mutável. Ambos são passíveis a processos que atuam nos seus futuros.
Esse pequeno movimento, dentro de um espaço restrito, é ignição para um novo olhar ante as questões ambientais, das pessoas que dele participaram. Constantemente provocadas à reflexão ecológica no espaço onde vivem ou congregam, denunciaram nas atividades lúdicas da gincana a realidade da desordenação do nosso bairro, o descaso com a seletividade do lixo, a indiferença de quem teve seus “materiais recicláveis” recolhidos. Não é assim também com as sementes?! Chegam ao solo, afundadas pelas patas dos animais, cobertas pela ação do tempo ou socadas na terra pelo homem, no restrito espaço que ocupam iniciam em pequenos movimentos, o desembocar de um broto. Vida visível que surge, com potencial de transformar o ambiente local.
Jesus de Nazaré, um contador de estórias extraordinário, apresenta o grão de mostarda como a menor das sementes, entretanto, expõe todo o esplendor de seus benefícios para animais e homens, e afirma que se nossa fé tiver o tamanho do grão de mostarda podemos mover montanhas! O exagero, assinatura literária, notável na maioria de suas falas! Está longe da vigarice ou do jocoso. É o marcante estilo das parábolas orientais, para nos ensinar o possível tangível. Não há dúvidas que uma vez vencidas as etapas da germinação, onde apenas 5% das sementes sobrevivem ao primeiro ano de vida, as expectativas de se tornar planta crescem exponencialmente.
Se a semente não cair no chão, quais chances têm?! A última tarefa de nossa gincana foi um ato de esperança, responsabilidade. Fé. No crepúsculo, nossas crianças e adolescentes, escavaram a terra e plantaram brotos no jardim da IBP. Para muitos, algo novo! O contato das mãos com o barro. Ali não mais havia mais três equipes disputando pontos, mas sim partícipes da Comunidade Una, Terra. Terminada a tarefa, selamos um pacto de proteção ao nosso jardim. Impossível não lembrar: “Iahweh Deus tomou o homem e o colocou no jardim para o cultivar e o guardar.” (Gênesis 2:15). De mãos dadas, ainda marcadas de terra, em torno do jardim finalizamos o evento com uma oração.
O movimento ecológico da Igreja Batista do Pinheiro está nos seus primeiros momentos. Mal começamos a germinar! Há ainda toda uma estatística contra nós nessa trajetória. Empolgação momentânea, modismo, descompromisso, desânimo são variáveis que modificam toda a probabilística de sucesso! No entanto, a provocação de Jesus de Nazaré quanto a nossa fé, faz toda a diferença. É fé que aposta na vida. É fé que aposta no bem viver. É fé nas exaustivas lutas pela execução das alternativas de desenvolvimento e da sustentabilidade planetária. Fé na conscientização ecológica, fator transformador de postura e cultura do modelo mercadológico vigente. Fé nas crianças e adolescentes que participaram da gincana ecológica. Fé nos adultos, que ali estavam, tutores naturais desses pequeninos. É fé na semente que germina na gente.