07/06/2019

Boletim Dominical 09/06/2019


“NO PRINCÍPIO CRIOU DEUS OS CÉUS E A TERRA...E VIU QUE FICOU MUITO BOM...”
Gênesis 1:1-31

            Na última quarta-feira, 05 de junho, foi comemorado o Dia Internacional do Meio Ambiente. Na ocasião aproveitamos para fazer uma singela reflexão acerca do tema. Iniciamos lendo todo capítulo primeiro do livro de Gênesis (princípio), onde o autor descreve de forma poética e sensível a criação sob a ótica teológica/religiosa (sempre é bom lembrar que a Bíblia não é um livro científico, logo sua narrativa não está comprometida com afirmações de caráter acadêmico). Nesta primeira narrativa acerca da criação, uma frase se repete no discorrer de todo capítulo: “E Deus viu que ficou bom” (versículos 10, 12, 18, 21, 25). Já no último versículo (31), deste capítulo, a frase ganhou uma nova expressão para ressaltar às demais: “E Deus viu que ficou MUITO BOM”.
            Interessante, e ao mesmo tempo preocupante, notar que quando saltamos no tempo e nas páginas da Bíblia, pensando ainda na criação, mesmo numa sociedade ainda não industrializada e carregada de poluição, a narrativa que vamos encontrar nas palavras do apóstolo Paulo na sua belíssima carta aos Romanos é a seguinte: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela própria escolha...na esperança de que será libertada da escravidão, pois, geme até agora, como dores de parto” (Romanos 8:19-22). O apóstolo ao se referir à criação (natureza) afirma que a mesma está sofrendo/gemendo e aguardando sua redenção através dos filhos e filhas de Deus. Eu e você, que cremos na Cruz redentora de Jesus temos o dever de lutar pela preservação da nossa casa/terra.
            O capital (poder financeiro) tem cada vez mais fome de dinheiro e lucro. A palavra preservação e proteção ambiental torna-se um obstáculo ao chamado “progresso” (concreto, asfalto e aço). Observem a “política” do governo atual que ameaça as demarcações de terras, a preservação das nossas florestas (ecossistemas) e dos nossos povos originários, pondo ainda mais em risco o nosso futuro em nome do lucro e da ambição. Muito cuidado com a bela propaganda que diz que agro é tech, é pop, é tudo. Este agro que eles falam não respeita os pobres, pequenos agricultores/pescadores/seringueiros, povos originários, nem tampouco a Pachamama (Mãe Terra). Este “agro” escraviza e só entende a linguagem do lucro e do dinheiro. Hoje o Brasil, em nome da “produção” é um dos países do mundo que mais consome veneno/agrotóxico em suas plantações. Muitos destes venenos já foram totalmente banidos em muitos lugares do mundo.
            Precisamos fazer nossa parte como filhos e filhas de Deus. Pequenas atitudes que podem redundar em grandes mudanças. Precisamos cuidar do lixo que produzimos (aves e animais marinhos estão morrendo com o lixo plástico que levamos para nossas praias e irresponsavelmente não recolhemos). Precisamos ser mais solidários com lugares do mundo em que a água potável está se acabando. Precisamos deixar de consumir tanto plástico e que tal, por uns meses a título de experimento, banirmos os copinhos descartáveis da nossa comunidade de fé, trazendo de casa nosso próprio copo?
            Finalizo convocando todos e todas que estarão de alguma forma lendo esta reflexão, para que possamos dar uma resposta à natureza criada, que nas palavras do apóstolo geme e aguarda por libertação vinda da nossa parte. Que a visão utópica do final do livro de Apocalipse (revelação), sirva para embalar nossa luta pela preservação da vida através da preservação a criação de Deus. Parafraseando o capítulo 22:1-3: “Já não haverá maldição nenhuma, pois, onde o trono de Deus e do Cordeiro (Jesus) estão localizados, correm rios de águas puras e cristalinas, sombreadas pela bela, saudável e frutífera árvore da vida, cujas folhas servem de remédio/cura das nações e seus frutos disponíveis o ano inteiro combatem toda fome”. Eu quero e vou lutar pela preservação da Pachamama. Vamos unir nossas mãos e cuidar da criação de Deus.

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos