27/12/2019

Boletim Dominical 29/12/2019


PARA 2020, LHES DESEJO SIMPLICIDADE!
“Olhai as aves do céu...” Mateus 6:26a

            Estamos concluindo um ano difícil e cheio de estranhas expectativas, principalmente para quem sempre lutou pela defesa da vida, inspirados na boa nova de Jesus de Nazaré (João 10:10b) e preocupados com os desequilíbrios socioeconômicos. Lamentavelmente, em nome de uma economia liberal, direitos são flexibilizados e destruídos em nome do progresso para uma classe minoritária que sempre teve inúmeros privilégios em detrimento da maioria das(os) brasileiras(os) esquecidas(os) e empobrecidas(os) nesta longa história de desigualdades. Segundo pesquisas, as regiões norte e nordeste voltaram a apresentar números dolorosos de miserabilidade e de fome. Triste e dolorosa realidade.
            Continuemos lutando em prol da dignidade e justiça para todas as pessoas. Continuemos denunciando todo tipo de violência cometida contra a criação do nosso Deus. Continuemos lutando por uma vida decente, respeitosa e segura para todas as pessoas independente do seu credo, cor da sua pele e condição sexual. Continuemos sonhando com comida na mesa de todas as pessoas, lazer, cultura, segurança e direito a crer ou não crer para todas(os).
            Em 2020, quero lhes desejar, em meio a muitas coisas, uma que será fundamental para enfrentarmos nossos desafios pessoais e públicos: Simplicidade. Aprender com Jesus de Nazaré a contemplar as aves do céu que pode significar, procurar ser feliz através da contemplação das coisas simples e disponíveis no universo. Olhai as aves dos céus, olhai as crianças brincando, olhai os idosos com seus passos lentos e com sua sabedoria, olhai os mares, olhai e deixai se embriagar com as mudanças das estações (ainda que em nossa região sejam apenas duas: sol e chuva), olhai as flores e a beleza das matas, olhai as lágrimas silenciosas e reverentes diante do sofrimento e/ou das alegrias passageiras, olhai a Ruah soprando nas celebrações em que o Divino Deus é desejado e adorado com toda sinceridade e humildade de coração.
            Sejamos simples, vivamos com simplicidade este novo ano que se aproxima. Não acumule (Mateus 6:19a) nada que não vale a pena acumular. Para que acumular coisas e bens que ao final só nos rouba energia e paz? Se for para acumular algo que sejam amizades, abraços, pedidos de perdão, sorrisos, leveza, graciosidade e muito, muito amor no coração. Sejamos simples e vivamos com simplicidade permitindo que a Divina Ruah continue cuidando das nossas vidas e operando maravilhas que chamamos muitas vezes de milagres.
            Em 2020, com a permissão do nosso Deus, completaremos 50 anos de organização como igreja de Jesus de Nazaré. Meu desejo é que procuremos nos desviar de tudo aquilo que possa querer tirar nosso foco da simplicidade. Que celebremos bastante sem, no entanto, nos perder em opulências materiais, visando impressionar os que nos cercam. Que em todo o ano de 2020 nossas celebrações de gratidão ao nosso Deus pelos 50 anos da nossa comunidade de fé sejam marcadas pela graça, poder, partilha, comunhão, resistência, amor, simplicidade e a presença inequívoca da Divina Ruah entre nós.

Do seu pastor e amigo Wellington Santos


23/12/2019

CELEBRAÇÃO NATALINA DA RESISTÊNCIA E DO AMOR

Terça-feira (24/12), às 20h, na Rua do Arame. 
Vamos anunciar a chegada da Luz que é Jesus de Nazaré.
Nosso ponto de encontro será na IBP às 19h, para juntas e juntos caminharmos até a Rua do Arame. 




21/12/2019

Boletim Dominical 22/12/2019


NATAL DA RESISTÊNCIA E DO AMOR
“O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Mateus 1:18a

 “O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” (Mateus 1:18a). O Evangelho de Mateus introduz a narrativa do nascimento de Jesus com essa expressão e segue, descrevendo a cena do nascimento de Jesus Cristo. Uma cena que é relembrada e celebrada a cada ano, e cada natal, há mais de dois mil anos por toda cristandade.  Uma cena que nos remete à situação presente no nosso País e no mundo: milhões e milhões de pobres, muitos famintos, crianças que já nascem ameaçadas pelas ordens dos poderes da morte, famílias migrantes que não recebem acolhida.  A cena do Natal remete à origem pobre e humilde de Jesus Cristo, nosso Salvador.  O Filho de Deus não quis nascer num palácio com tudo o que lhe pertenceria em pompa e glória. Não quis nascer em um templo com seus ritos, incensos, velas acesas e cânticos. Sequer buscou uma casa minimamente decente. Nasceu lá onde comem os animais, numa manjedoura em uma família pobre e trabalhadora, a caminho de um recenseamento imposto pelo imperador romano.
Ao escolher nascer nesta origem e condição pobre e humilde, o Filho de Deus quis passar a mensagem mais importante do Natal: Quem está longe das pessoas empobrecidas e excluídas, mesmo cristãos e cristãs mais piedosos(as), está longe do Emanuel, Deus conosco. Quem celebra o Natal de olhos e coração fechados para o sofrimento dos mais vulneráveis e empobrecidos não viverá a verdadeira alegria do Deus Conosco. Cabe sempre recordar a palavra que diz: “O que fizer ou deixar de fazer a estes meus irmãos e irmãs mais pequenos: os famintos, os sedentos, os encarcerados e os nus, foi a mim que o fez ou deixou de fazer” (Mt 25:40).
O Natal deveria trazer às comunidades cristãs uma dupla recordação:  Primeiro, a alegre recordação da escolha amorosa revelada no Emanuel, Deus conosco nascido, humildemente, em Nazaré da Galiléia e, segundo, a recordação do nosso compromisso de amor e solidariedade com aqueles e aquelas com quem, Deus, quis se identificar ao nascer entre os pobres e pequeninos. No entanto, o Natal tornou-se a festa da contradição e da superficialidade que denuncia uma fé e espiritualidade cristã vivida sem amor, sem compaixão e sem solidariedade. Que para nós, comunidade IBP, o tempo natalino, seja tempo de conversão e fidelidade às origens pobre e humilde do Natal da criança salvadora que nasceu em Belém de Nazaré, um natal de resistência e amor!

Pra. Odja Barros


13/12/2019


O NATAL QUE NÃO QUEREMOS VER
Mateus 2:16-18

Quando chega esta época, dizem as propagandas midiáticas que o “amor” fica exalando pelo ar. Músicas suaves, luzes iluminando nossas cidades e casas, ornamentações (simples e estilizadas), confraternizações variadas, presentes, jantares especiais e algo mais, ajudam a dar um tom mágico ao período natalino. Afinal de contas, num país declarado de maioria Cristã, o natal é (pelo menos deveria ser) a celebração do nascimento de Jesus Cristo, o salvador da humanidade.
Existe um natal que todos nós apreciamos e gostaríamos que se estendesse por todo ano. Talvez assim, em vez de contendas, brigas e disputas que vão das nossas casas, locais de trabalho e muitas vezes chegam até em nossos locais de culto, viveríamos um tempo estendido de harmonia, paz e relações mais amoráveis.
As narrativas natalinas contadas e recontadas ano a ano, já fazem parte do nosso imaginário, entretanto, algumas cenas das narrativas natalinas que encontramos nas escrituras são indigestas e talvez por isto, não fazemos muita questão de conhecer. Uma delas diz respeito à citação bíblica registada em Mateus 2:16-18. Nesta passagem bíblica, após o rei Herodes ser enganado pelos reis magos, tomado de fúria, determinou que todos os meninos abaixo de dois anos fossem mortos em Belém e arredores (v.16). Esta atitude fez cumprir uma triste profecia encontrada em Jeremias 31:15: “Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem” (v.v. 17 e 18).
No natal que não queremos, ver crianças pobres, negras e periféricas continuam sendo assassinadas pelos “Herodes” contemporâneos nas madrugadas da vida. Mães e pais choram a ausência dos seus filhos. No natal que não queremos ver, nossas opulências precisam ser justificadas com o “espírito” natalino de “Confra”, pois, afinal de contas não temos culpa da fome e desesperança que ronda a maioria das nossas famílias pelo mundo. No natal que não queremos ver, parece que a violência que coloca em risco as vidas de mulheres e LGBTQI+, especialmente pobres, durante todo o ano; fazemos questão de esquecer e de acreditar que isto não passa de devaneio da cabeça de alguns.
O natal é sim tempo de parar e refletir acerca do nascimento de uma criança especial, de família pobre e refugiada, que precisa nos primeiros dias de vida, se esconder e mudar de lugar às pressas para não ser assassinada logo ao nascer, a exemplo dos seus pequeninos irmãos em Belém (Mateus 2:16-18). Esta cena continua se repetindo e acontecendo todos os dias do ano, bem debaixo do nosso nariz.
Natal sem reflexão, lágrimas, silêncio, simplicidade, introspecção, solidariedade, compaixão e um desejo profundo de mudança de vida durante todo o transcorrer do ano, torna-se apenas mais uma festinha consumista, vazia, pagã e refém do deus capital que celebra a inutilidade do SER em detrimento da celebração do TER.
Gosto do natal, já gostei menos. Hoje procuro celebrar o natal com todas as suas dimensões de boas novas de alegria (Lucas 2:8-14) e não esconder dos meus olhos e emoções o natal de mães e pais chorando as injustiças do seu tempo (Mateus 2:16-18). Que de olhos e corações abertos para todas as cenas natalinas narradas nas escrituras, possamos ter uma mudança profunda de atitude diante da vida e do nosso semelhante.  

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos



08/12/2019

Mensagem Noite Domingo 08/12/2019


Mensagem de Encerramento EBI - Manhã Domingo 08/12/2019


Boletim Dominical 08/12/2019


NA ESCOLA DE JESUS
“Basta ao discípulo/discípula ser como seu Mestre” Mateus 10:25a


Nossas crianças celebram neste domingo a conclusão de um ciclo de três anos de estudos bíblicos, cujo objetivo maior foi inspirá-las e motivá-las a se tornarem alunos e alunas da escola de Jesus, buscando, tornarem-se cada vez mais “como seu mestre”.
O educador Paulo Freire escreveu no seu livro A Pedagogia do Oprimido que: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens (e mulheres) se educam entre si”. Inspirada nessa máxima freiriana, podemos afirmar que na escola de Jesus, ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os discípulos e discípulas de Jesus se educam entre si, através da prática comunitária do Evangelho.
Apesar de nos empenharmos como Escola Bíblica Infantil da IBP à transmissão e ensino da Palavra de Deus para nossas crianças, sabemos que o que fará, com que elas se tornem bons alunos e alunas de Jesus, será o aprendizado vivido no dia a dia da família e da comunidade de fé. Cada qual de nós, seremos os mestres e as mestras para quem nossas crianças estarão olhando e se espelhando. Na escola de Jesus, nunca deixaremos de ser aprendizes, portanto, nos dediquemos comunitariamente a sermos bons alunos e alunas, vivendo e praticando os ensinos do nosso amoroso mestre em nossa prática familiar e comunitária Afinal, a Bíblia que mais será lida pelas nossas crianças, será nossa vida e testemunhos.
Portanto, fiquemos atentos!  Perguntemo-nos sempre a cada gesto, atitude ou palavra em nosso dia a dia: Que evangelho estou ensinando? Tenho sido um bom exemplo de seguimento de Jesus para os pequeninos e pequeninas?
Que o amoroso mestre Jesus de Nazaré, ajude a comunidade IBP ser uma boa pedagoga do Evangelho para nossas crianças!

Pastora Odja Barros.