30/08/2019

Boletim Dominical 01/09/2019


ENCONTRO NACIONAL DA ALIANÇA DE BATISTAS DO BRASIL
“NADA POR NÓS SEM NÓS”: JUVENTUDE CRISTÃ NA CONTRAMÃO DO FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO.

No próximo final de semana, de 06 a 08 de setembro, acontecerá o encontro anual da Aliança de Batistas dos Brasil, em Maceió-AL, na nossa comunidade de fé, Igreja Batista do Pinheiro. Organizado pelo Fórum Permanente de Juventude da Aliança, o tema proposto será: "NADA POR NÓS SEM NÓS: JUVENTUDE CRISTÃ NA CONTRAMÃO DO FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO", a fim de nos fazer refletir sobre o papel transformador dos jovens no contexto social, político e religioso em que vivemos. O Nordeste, e mais especificamente a nossa igreja, continuará sendo casa e símbolo de resistência através dos DIÁLOGOS, OFICINAS, ARTE, ACOLHIMENTO E AMOR.
Durante o encontro também teremos dois momentos muito especiais. No sábado à noite inauguraremos o novo templo da Congregação da Alegria, momento singular em nossa comunidade, fruto de muita oração e trabalho das irmãs e irmãos. E no culto do domingo pela manhã lançaremos o primeiro livro da IBP: Vocação para Igualdade. Com a graça e benção da Divina Ruah, partilharemos juntos esse tempo simbólico de celebração e colheita do agir de Deus sobre a vida da nossa igreja.
A frase do nosso tema diz: "Nada sobre nós, sem nós", também podemos traduzi-la da seguinte maneira: "Nenhum resultado a respeito das juventudes haverá de ser gerado sem a plena participação das próprias juventudes". Em outras palavras, nós jovens estamos dizendo: "Exigimos que tudo que se refira a nós seja produzido com a nossa participação. Não mais aceitamos receber resultados forjados à nossa revelia. Lutaremos por um cristianismo que luta pela acolhida, igualdade e respeito a toda e qualquer pessoa. Construiremos novas formas de ser e viver em nossas igrejas promovendo vida em abundância, comprometidos com os ensinamentos de Jesus de Nazaré. Desafiaremos e resistiremos a todo projeto de desgoverno político e religioso que ameace os direitos e a liberdade das nossas irmãs e irmãos. Para isso, precisamos andar na contramão, juntos, sem soltar a mão de ninguém.

Alana Barros.



24/08/2019

Boletim Dominical 25/08/2019


ORAÇÃO PARA THEO

No dia que encontrei essas flores lindas no Capão, eu também recebia uma das noticiais mais tristes que tive nos últimos tempos. A partida tão precoce, tão rápida, tão dolorosa do pequeno Theo. Menino que eu vi na barriga da sua mamãe, que eu vi quando nasceu, acompanhei parte do seu desenvolvimento.
Nessas horas em que tudo fica cinza e sem explicação. Nessas horas em que as perguntas sem respostas fazem um barulho enorme em nossa mente. Nessas horas que a beleza da vida fica inebriada pela dor da morte, eu encontrei um fôlego de esperança. A esperança que brota da natureza que sobrevive a passagem do tempo, da violência humana, das tempestades e queimadas, me ensinou que sempre haverá esperança de um novo amanhã, sempre haverá possibilidade de brotar flores vivas. Não por causa de nós, seres frágeis humanos, mas porque acredito na força divina e soberana que nos sustenta e ressignifica nossa existência, que tem a capacidade de colorir nossas vidas mesmo no momento em que ela estiver sem cor.
Desde então, permaneço em prece constante pela família do menino Theo. Ele já está lá em cima no colo da mãe divina, brincando com seus balões, sua passagem tão breve e tão bela preencheu o mundo de amor, e continuará preenchendo. E um dia nós brincaremos todos(as) juntos(as) no terreiro da divina Ruah. Amém.

Alana Barros


17/08/2019

Boletim Dominical 18/08/2019


TITULAÇÃO DOUTORAL PARA ODJA BARROS

Ficamos todas e todos muito felizes com o doutorado de Odja Barros, titulação credenciada que distingue pessoas que aceitam se submeter a uma formação intensiva, exaustiva e desafiadora, e Odja mereceu o título e muito mais. Sabemos que não foi fácil, como nunca foi fácil para uma mulher, nordestina, de família pobre, pastora evangélica feminista, enfrentar olhares oblíquos, pronunciamentos preconceituosos e estruturas religiosas hierárquicas, elitistas, machistas e fundamentalistas.
Um doutorado, todo mundo sabe, deve ser feito em um ambiente amplo, silencioso, diante de uma paisagem bucólica, com uma equipe de pesquisadores disponíveis, uma biblioteca de vinte andares e um sistema ágil de comunicação. Odja, não, além de precisar incessantemente de ler e escrever, teve de aprender a surfar em maremotos e a navegar em furacões, acompanhando vítimas dessa instabilidade social, além de atender à demanda litúrgica da Igreja Batista do Pinheiro. Inesquecíveis os momentos em que abria a Bíblia e falava de Deus e da Vida, soprando palavras no ritmo da Ruah Divina, para que entendêssemos mais e mais do mistério de Jesus de Nazaré.
Lembro do momento em que, com as narrativas das parábolas de semente, nos lembrava do gosto perdido do cuscuz da nossa infância, fruto da adulteração das sementes do milho pela tecnologia massificadora, destruidora genética de tantas variedades, pela ganância desenfreada do Capital. Mas, com brilho nos olhos, descrevia o encontro com comunidades que preservavam as sementes crioulas, esperança de regeneração do gosto e da saúde do povo. Nesse momento, a Bíblia, lida em uma perspectiva libertadora, e a própria Odja, eram sementes crioulas de um futuro que sempre advém. O seu doutorado é na área de Bíblia, Bíblia que lê gente, estruturas religiosas, estruturas político-sociais, lê a vida.
Por tudo isso, acho que o título de doutorado em teologia é apenas o credenciamento visível de tantos outros invisíveis. Talvez precisemos organizar uma cerimônia de diplomação e entregar a Odja uma carrada de doutorados. Doutorado em Cuidado Pastoral, Doutorado em Libertação Feminina, Doutorado em Espiritualidade e Oração, Doutorado em Luta Popular, Doutorado em Diálogo Inter-religioso, Doutorado em Acolhimento da Alteridade, e outros mais.
Lembro quando, na minha adolescência me deparei com docentes em teologia, os quais haviam recebido o título de Doutor em Divindade. Eu me sentia reverente diante de tanta competência e hoje daria esse título a Odja com tranquilidade. Mas o título que ofereceria com mais reverência anda seria o de Doutora em Humanidade.

Marcos Monteiro


09/08/2019

Boletim Dominical 11/08/2019

ABBA PAI
“E dizia: Abba, Pai! Para ti tudo é possível. Afasta de mim este cálice. Porém, não o que eu quero, mas o que tu queres”. (Marcos 14:36)

            Todo segundo domingo do mês de agosto, em nosso país, é comemorado o dia dos pais. Esta comemoração não se compara nem de perto com apelo emocional e as comemorações do dia das mães, entretanto, isto não é culpa exclusiva dos marqueteiros de plantão. Sem querer provocar as feridas, mas é sempre importante lembrar que muitos filhos e filhas não possuem boas lembranças e memórias com a figura paterna.
            Quando falamos de lutar contra o patriarcado e machismo em nosso meio, não estamos falando de algo distante e teórico, estamos falando de algo concreto, e de proporcionar livramento para homens e mulheres deste comportamento cultural que acabou gerando, e ainda gera, muita dor e feridas em nossos ambientes familiares (abandono, violência doméstica, abuso e etc.). Irônico destacar que os mesmos homens que geralmente produzem o sofrimento, também foram vítimas deste mesmo sofrimento. Precisamos apregoar liberdade plena para todos e todas!
            Jesus ao se encontrar no momento mais tenso da sua vida e ministério (Getsêmani), ele usa uma palavra aramaica, exclusiva do evangelho de Marcos, carregada de afeto para se dirigir a Deus (Abba, que pode significar paizinho). Imagine comigo a linda relação de amor e confiança deste “filho” com seu “Pai”. Jesus pede algo carinhosamente e não é atendido, entretanto, seu amor e obediência ao Pai não se alteram. Qual o segredo disto? Para mim um pai amoroso e afetivo (Lucas 15:11-32) será sempre amado, respeitado e seguido pelos seus filhos.
            Meu desejo como pai neste dia, inspirado em Jesus que chamou Deus de Abba e em Deus que inspirou com seu amor e afeto por Jesus ser chamado de Abba por seu filho, poder tornar-me uma referência de amor, afeto e carinho para com minhas filhas e todos(as) “filhos(as)” que Deus me confiar. Chega de grosseria, violência, insensibilidade, traição, abuso, maus-tratos, indiferença e tantos outros comportamentos tóxicos produzidos por uma cultura machista e patriarcal que atinge com maior força a nós homens. Que possamos ser Abba para nossos(as) filhos(as) a exemplo do nosso Deus. Afinal de contas, não devemos tomar por meta os maus exemplos que tivemos e sim nos mirarmos no exemplo maior do nosso Deus e de muitos homens que, esforçando-se, estão conseguindo romper as correntes da violência e da falta de afeto e amor em seus lares.
            Concluo esta singela reflexão registrando uma pequena homenagem a uma figura simples, franzina e profundamente afetiva e amorosa que tenho tido a honra de conhecer mais de perto chamada Luiz. Ele vive num sítio de Taquarana e com sua amada Lourdes perfuma a todos e todas que se aproximam com abraços, lágrimas e beijos. Este ancião é um exemplo de Abba em nosso meio. Aleluia!!!

Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos



03/08/2019

Boletim Dominical 04/08/2019


VOCÊ CONHECE O TRABALHO MISSIONÁRIO DA SUA IGREJA?
“Jesus respondeu: Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22:29)

            Você conhece sua igreja? Você saberia apresentar sua igreja para além das opiniões simplistas e superficiais? Você saberia falar do trabalho missionário que sua igreja realiza? Você sabe que as Igrejas Batistas em Teotônio Vilela e Porto Calvo (Alagoas) e São Lourenço da Mata (Pernambuco) foram organizadas pela sua igreja? Você saberia dizer quantas congregações (caminhando para se tornarem igrejas) sua igreja mantém e sustenta neste momento? Enfim, muitas vezes estamos errando ao conceituar nossa própria igreja, por não conhecer e/ou se envolver adequadamente, para além do que falam externamente acerca da nossa igreja ou observamos rapidamente nos cultos públicos. Estas foram as perguntas feitas no início da nossa campanha em 07 de julho do ano em curso. Creio que todxs que receberam os vídeos, participaram dos cultos e ouviram com o coração aberto, estão em condições de responder melhor a pergunta feita na introdução.
            Neste momento histórico da nossa igreja, participamos em obediência ao IDE de Jesus Cristo de Nazaré (Marcos 16:15) da plantação e organização de 6 novas potenciais igrejas: Palestina, Alto da Madeira, Jacaré dos Homens, Alegria, Japaratinga em parceria com a IBPC (Igreja Batista em Porto Calvo) e Chã Preta em parceria com IBN (Igreja Batista Nazareth em Salvador-BA). Você imaginava quantas vidas estavam sendo abençoadas todas as semanas nestas 6 congregações que pela graça de Deus ajudamos a manter e sustentar?
            Se você respondia não para maioria das perguntas acima, isto significava que você ainda não entendia bem o espírito que rege sua comunidade de fé. Quero lhe convidar então a continuar mergulhando neste lugar, que particularmente considero instigante e fora da caixa. Este ano, por exemplo, estaremos realizando a terceira edição do acampamento das mulheres do sertão para continuar semeando vida e emancipação, temos feito discussões sobre masculinidades menos tóxicas em nossas congregações, temos feito diálogo ecumênico em nossas congregações, temos defendido a vida contra todo tipo de racismo, preconceito e antivida através das(os) nossas(os) missionárias(os) em nossas congregações. Enfim, temos levado a agenda do Reino de Deus aos quatro cantos de Alagoas e nos esforçado para apresentar uma Face de Deus mais amorosa e amigável que muitas pessoas ainda não conhecem (João 15:15).
            O lema da nossa campanha deste ano foi exatamente convidar todas(os) que fazem parte da Família IBP para conhecer melhor o trabalho missionário da sua igreja, pois, quem conhece compartilha, se aproxima e apoia. Agora que você conheceu mais o trabalho missionário da sua igreja, nós queremos lhe convidar a se comprometer ou voltar a se comprometer com o sustento missionário regular dos campos missionários da sua igreja. Nossa meta é convidar você a ter o privilégio de se juntar ao grupo de pessoas que já se comprometeram para ampliar este trabalho missionário chegando a 50 pessoas contribuindo e sustentando regular e mensalmente a obra missionária que sua igreja realiza. Podemos contar contigo?

Equipe de Coordenação Missionária da IBP