21/12/2019

Boletim Dominical 22/12/2019


NATAL DA RESISTÊNCIA E DO AMOR
“O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Mateus 1:18a

 “O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” (Mateus 1:18a). O Evangelho de Mateus introduz a narrativa do nascimento de Jesus com essa expressão e segue, descrevendo a cena do nascimento de Jesus Cristo. Uma cena que é relembrada e celebrada a cada ano, e cada natal, há mais de dois mil anos por toda cristandade.  Uma cena que nos remete à situação presente no nosso País e no mundo: milhões e milhões de pobres, muitos famintos, crianças que já nascem ameaçadas pelas ordens dos poderes da morte, famílias migrantes que não recebem acolhida.  A cena do Natal remete à origem pobre e humilde de Jesus Cristo, nosso Salvador.  O Filho de Deus não quis nascer num palácio com tudo o que lhe pertenceria em pompa e glória. Não quis nascer em um templo com seus ritos, incensos, velas acesas e cânticos. Sequer buscou uma casa minimamente decente. Nasceu lá onde comem os animais, numa manjedoura em uma família pobre e trabalhadora, a caminho de um recenseamento imposto pelo imperador romano.
Ao escolher nascer nesta origem e condição pobre e humilde, o Filho de Deus quis passar a mensagem mais importante do Natal: Quem está longe das pessoas empobrecidas e excluídas, mesmo cristãos e cristãs mais piedosos(as), está longe do Emanuel, Deus conosco. Quem celebra o Natal de olhos e coração fechados para o sofrimento dos mais vulneráveis e empobrecidos não viverá a verdadeira alegria do Deus Conosco. Cabe sempre recordar a palavra que diz: “O que fizer ou deixar de fazer a estes meus irmãos e irmãs mais pequenos: os famintos, os sedentos, os encarcerados e os nus, foi a mim que o fez ou deixou de fazer” (Mt 25:40).
O Natal deveria trazer às comunidades cristãs uma dupla recordação:  Primeiro, a alegre recordação da escolha amorosa revelada no Emanuel, Deus conosco nascido, humildemente, em Nazaré da Galiléia e, segundo, a recordação do nosso compromisso de amor e solidariedade com aqueles e aquelas com quem, Deus, quis se identificar ao nascer entre os pobres e pequeninos. No entanto, o Natal tornou-se a festa da contradição e da superficialidade que denuncia uma fé e espiritualidade cristã vivida sem amor, sem compaixão e sem solidariedade. Que para nós, comunidade IBP, o tempo natalino, seja tempo de conversão e fidelidade às origens pobre e humilde do Natal da criança salvadora que nasceu em Belém de Nazaré, um natal de resistência e amor!

Pra. Odja Barros