25/05/2018

Pastoral Domingo 27/05/2018


“Ainda somos os mesmos e viveremos como nossos pais”

“Jovens escrevo a vocês porque sois fortes e tem vencido o maligno”


“Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai. Pais, eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno”.
A primeira carta de João no capítulo 2:14 é muito conhecido por ser uma exortação aos jovens, mas observemos que João inclui a comunidade e a família em co-responsabilidade com os jovens. Na linguagem joanina “os filhinhos” representam toda comunidade, “os pais” representa a geração de pais e mães, líderes na fé e “os jovens” são a nova geração responsável por permanecer e levar adiante o testemunho de Jesus.
Apesar da linguagem, dado a cultura da época, ser androcêntrica, a palavra de João é uma palavra que não isola o compromisso da juventude da responsabilidade dos pais e da comunidade. Ou seja, João sugere uma conexão geracional na construção do testemunho da fé e da resistência ao mal.
A Palavra trazida aos jovens de acordo com texto grego está no presente contínuo: “Escrevi a vós jovens, porque fortes sois e a palavra de Deus em vós permanece e tens vencido o maligno”. Está vencendo o maligno é uma ação contínua e presente. E ela parece está sendo possível porque os pais (geração que antecede) também foram resistentes, permanecendo na palavra do Pai (Deus) e do seu Filho, Jesus a quem conheceram e na qual permanecem.
Parece que o texto da Carta de Joao vai na contramão da canção de Elis Regina: “Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”. A canção da Elis é uma denúncia para toda uma geração que se dizia transformadora e revolucionária, uma juventude grávida de um novo mundo, mas que não foram suficientemente fortes e resistentes ante ao “capital” (vil metal): “Hoje eu sei que quem me deu a ideia de uma nova consciência e juventude tá em casa guardado por Deus contando o vil metal”.
A exortação para nós é que sejamos todos e todas comunidade, família e juventudes resistentes e fortes. Que possamos ir vencendo e resistindo juntos aos “ídolos” de nossa geração e aos “Malignos” projetos de alienação e morte que ronda a vida da nossa juventude e a nossa também. E assim, possamos servir de inspiração e exemplo para as gerações vindouras de fé, resistência e amor.

Odja Barros.