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07/03/2020
31/12/2019
27/12/2019
Boletim Dominical 29/12/2019
PARA 2020, LHES DESEJO SIMPLICIDADE!
“Olhai as aves do céu...” Mateus 6:26a
Estamos concluindo um ano difícil e
cheio de estranhas expectativas, principalmente para quem sempre lutou pela
defesa da vida, inspirados na boa nova de Jesus de Nazaré (João 10:10b) e
preocupados com os desequilíbrios socioeconômicos. Lamentavelmente, em nome de
uma economia liberal, direitos são flexibilizados e destruídos em nome do
progresso para uma classe minoritária que sempre teve inúmeros privilégios em
detrimento da maioria das(os) brasileiras(os) esquecidas(os) e empobrecidas(os)
nesta longa história de desigualdades. Segundo pesquisas, as regiões norte e
nordeste voltaram a apresentar números dolorosos de miserabilidade e de fome.
Triste e dolorosa realidade.
Continuemos lutando em prol da
dignidade e justiça para todas as pessoas. Continuemos denunciando todo tipo de
violência cometida contra a criação do nosso Deus. Continuemos lutando por uma
vida decente, respeitosa e segura para todas as pessoas independente do seu
credo, cor da sua pele e condição sexual. Continuemos sonhando com comida na
mesa de todas as pessoas, lazer, cultura, segurança e direito a crer ou não
crer para todas(os).
Em 2020, quero lhes desejar, em meio
a muitas coisas, uma que será fundamental para enfrentarmos nossos desafios
pessoais e públicos: Simplicidade. Aprender com Jesus de Nazaré a contemplar as
aves do céu que pode significar, procurar ser feliz através da contemplação das
coisas simples e disponíveis no universo. Olhai as aves dos céus, olhai as
crianças brincando, olhai os idosos com seus passos lentos e com sua sabedoria,
olhai os mares, olhai e deixai se embriagar com as mudanças das estações (ainda
que em nossa região sejam apenas duas: sol e chuva), olhai as flores e a beleza
das matas, olhai as lágrimas silenciosas e reverentes diante do sofrimento e/ou
das alegrias passageiras, olhai a Ruah soprando nas celebrações em que o Divino
Deus é desejado e adorado com toda sinceridade e humildade de coração.
Sejamos simples, vivamos com
simplicidade este novo ano que se aproxima. Não acumule (Mateus 6:19a) nada que
não vale a pena acumular. Para que acumular coisas e bens que ao final só nos
rouba energia e paz? Se for para acumular algo que sejam amizades, abraços,
pedidos de perdão, sorrisos, leveza, graciosidade e muito, muito amor no
coração. Sejamos simples e vivamos com simplicidade permitindo que a Divina
Ruah continue cuidando das nossas vidas e operando maravilhas que chamamos
muitas vezes de milagres.
Em 2020, com a permissão do nosso
Deus, completaremos 50 anos de organização como igreja de Jesus de Nazaré. Meu
desejo é que procuremos nos desviar de tudo aquilo que possa querer tirar nosso
foco da simplicidade. Que celebremos bastante sem, no entanto, nos perder em
opulências materiais, visando impressionar os que nos cercam. Que em todo o ano
de 2020 nossas celebrações de gratidão ao nosso Deus pelos 50 anos da nossa
comunidade de fé sejam marcadas pela graça, poder, partilha, comunhão, resistência,
amor, simplicidade e a presença inequívoca da Divina Ruah entre nós.
Do seu pastor e amigo
Wellington Santos
24/12/2019
21/12/2019
Boletim Dominical 22/12/2019
NATAL
DA RESISTÊNCIA E DO AMOR
“O
nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Mateus 1:18a
“O
nascimento de Jesus Cristo foi assim...” (Mateus 1:18a). O Evangelho de Mateus
introduz a narrativa do nascimento de Jesus com essa expressão e segue,
descrevendo a cena do nascimento de Jesus Cristo. Uma cena que é relembrada e
celebrada a cada ano, e cada natal, há mais de dois mil anos por toda
cristandade. Uma cena que nos remete à
situação presente no nosso País e no mundo: milhões e milhões de pobres, muitos
famintos, crianças que já nascem ameaçadas pelas ordens dos poderes da morte,
famílias migrantes que não recebem acolhida.
A cena do Natal remete à origem pobre e humilde de Jesus Cristo, nosso
Salvador. O Filho de Deus não quis
nascer num palácio com tudo o que lhe pertenceria em pompa e glória. Não quis
nascer em um templo com seus ritos, incensos, velas acesas e cânticos. Sequer
buscou uma casa minimamente decente. Nasceu lá onde comem os animais, numa
manjedoura em uma família pobre e trabalhadora, a caminho de um recenseamento
imposto pelo imperador romano.
Ao escolher nascer nesta origem e condição
pobre e humilde, o Filho de Deus quis passar a mensagem mais importante do
Natal: Quem está longe das pessoas empobrecidas e excluídas, mesmo cristãos e
cristãs mais piedosos(as), está longe do Emanuel, Deus conosco. Quem celebra o
Natal de olhos e coração fechados para o sofrimento dos mais vulneráveis e
empobrecidos não viverá a verdadeira alegria do Deus Conosco. Cabe sempre
recordar a palavra que diz: “O que fizer ou deixar de fazer a estes meus irmãos
e irmãs mais pequenos: os famintos, os sedentos, os encarcerados e os nus, foi
a mim que o fez ou deixou de fazer” (Mt 25:40).
O Natal deveria trazer às comunidades cristãs
uma dupla recordação: Primeiro, a alegre
recordação da escolha amorosa revelada no Emanuel, Deus conosco nascido,
humildemente, em Nazaré da Galiléia e, segundo, a recordação do nosso
compromisso de amor e solidariedade com aqueles e aquelas com quem, Deus, quis
se identificar ao nascer entre os pobres e pequeninos. No entanto, o Natal
tornou-se a festa da contradição e da superficialidade que denuncia uma fé e
espiritualidade cristã vivida sem amor, sem compaixão e sem solidariedade. Que
para nós, comunidade IBP, o tempo natalino, seja tempo de conversão e
fidelidade às origens pobre e humilde do Natal da criança salvadora que nasceu
em Belém de Nazaré, um natal de resistência e amor!
Pra. Odja Barros
13/12/2019
O
NATAL QUE NÃO QUEREMOS VER
Mateus
2:16-18
Quando chega esta época, dizem as propagandas
midiáticas que o “amor” fica exalando pelo ar. Músicas suaves, luzes iluminando
nossas cidades e casas, ornamentações (simples e estilizadas),
confraternizações variadas, presentes, jantares especiais e algo mais, ajudam a
dar um tom mágico ao período natalino. Afinal de contas, num país declarado de
maioria Cristã, o natal é (pelo menos deveria ser) a celebração do nascimento
de Jesus Cristo, o salvador da humanidade.
Existe um natal que todos nós apreciamos e
gostaríamos que se estendesse por todo ano. Talvez assim, em vez de contendas, brigas
e disputas que vão das nossas casas, locais de trabalho e muitas vezes chegam até
em nossos locais de culto, viveríamos um tempo estendido de harmonia, paz e
relações mais amoráveis.
As narrativas natalinas contadas e recontadas
ano a ano, já fazem parte do nosso imaginário, entretanto, algumas cenas das
narrativas natalinas que encontramos nas escrituras são indigestas e talvez por
isto, não fazemos muita questão de conhecer. Uma delas diz respeito à citação
bíblica registada em Mateus 2:16-18. Nesta passagem bíblica, após o rei Herodes
ser enganado pelos reis magos, tomado de fúria, determinou que todos os meninos
abaixo de dois anos fossem mortos em Belém e arredores (v.16). Esta atitude fez
cumprir uma triste profecia encontrada em Jeremias 31:15: “Ouviu-se uma voz em
Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa
ser consolada, porque já não existem” (v.v. 17 e 18).
No natal que não queremos, ver crianças
pobres, negras e periféricas continuam sendo assassinadas pelos “Herodes”
contemporâneos nas madrugadas da vida. Mães e pais choram a ausência dos seus
filhos. No natal que não queremos ver, nossas opulências precisam ser
justificadas com o “espírito” natalino de “Confra”, pois, afinal de contas não
temos culpa da fome e desesperança que ronda a maioria das nossas famílias pelo
mundo. No natal que não queremos ver, parece que a violência que coloca em
risco as vidas de mulheres e LGBTQI+, especialmente pobres, durante todo o ano;
fazemos questão de esquecer e de acreditar que isto não passa de devaneio da
cabeça de alguns.
O natal é sim tempo de parar e refletir
acerca do nascimento de uma criança especial, de família pobre e refugiada, que
precisa nos primeiros dias de vida, se esconder e mudar de lugar às pressas
para não ser assassinada logo ao nascer, a exemplo dos seus pequeninos irmãos
em Belém (Mateus 2:16-18). Esta cena continua se repetindo e acontecendo todos
os dias do ano, bem debaixo do nosso nariz.
Natal sem reflexão, lágrimas, silêncio,
simplicidade, introspecção, solidariedade, compaixão e um desejo profundo de
mudança de vida durante todo o transcorrer do ano, torna-se apenas mais uma
festinha consumista, vazia, pagã e refém do deus capital que celebra a
inutilidade do SER em detrimento da celebração do TER.
Gosto do natal, já gostei menos. Hoje procuro
celebrar o natal com todas as suas dimensões de boas novas de alegria (Lucas
2:8-14) e não esconder dos meus olhos e emoções o natal de mães e pais chorando
as injustiças do seu tempo (Mateus 2:16-18). Que de olhos e corações abertos
para todas as cenas natalinas narradas nas escrituras, possamos ter uma mudança
profunda de atitude diante da vida e do nosso semelhante.
Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos
08/12/2019
Boletim Dominical 08/12/2019
NA
ESCOLA DE JESUS
“Basta
ao discípulo/discípula ser como seu Mestre” Mateus 10:25a
Nossas crianças celebram neste domingo a
conclusão de um ciclo de três anos de estudos bíblicos, cujo objetivo maior foi
inspirá-las e motivá-las a se tornarem alunos e alunas da escola de Jesus,
buscando, tornarem-se cada vez mais “como seu mestre”.
O educador Paulo Freire escreveu no seu livro
A Pedagogia do Oprimido que: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo,
os homens (e mulheres) se educam entre si”. Inspirada nessa máxima freiriana,
podemos afirmar que na escola de Jesus, ninguém educa ninguém, ninguém educa a
si mesmo, os discípulos e discípulas de Jesus se educam entre si, através da prática
comunitária do Evangelho.
Apesar de nos empenharmos como Escola Bíblica
Infantil da IBP à transmissão e ensino da Palavra de Deus para nossas crianças,
sabemos que o que fará, com que elas se tornem bons alunos e alunas de Jesus,
será o aprendizado vivido no dia a dia da família e da comunidade de fé. Cada
qual de nós, seremos os mestres e as mestras para quem nossas crianças estarão
olhando e se espelhando. Na escola de Jesus, nunca deixaremos de ser
aprendizes, portanto, nos dediquemos comunitariamente a sermos bons alunos e
alunas, vivendo e praticando os ensinos do nosso amoroso mestre em nossa
prática familiar e comunitária Afinal, a Bíblia que mais será lida pelas nossas
crianças, será nossa vida e testemunhos.
Portanto, fiquemos atentos! Perguntemo-nos sempre a cada gesto, atitude
ou palavra em nosso dia a dia: Que evangelho estou ensinando? Tenho sido um bom
exemplo de seguimento de Jesus para os pequeninos e pequeninas?
Que o amoroso mestre Jesus de Nazaré, ajude a
comunidade IBP ser uma boa pedagoga do Evangelho para nossas crianças!
Pastora Odja Barros.
29/11/2019
Boletim Dominical 01/12/2019
O RESSUSCITADO ENTRE NÓS, PRODUZ GENEROSIDADE NA MISSÃO!
Atos 4:32-35
Nestes últimos dias temos sido
impactados pela poderosa mensagem existente no texto de Lucas 24:13-35. No
final desta narrativa, lemos o casal de Emaús retornando para Jerusalém de onde
saíram com medo e tristes pela crucificação de Jesus de Nazaré. O casal de
Emaús, tendo seus olhos abertos na simples e poderosa partilha do pão, bem como
seus corações aquecidos pela presença do ressuscitado, decidem levantar-se,
deixando a tristeza e o desânimo de lado, para abraçar a missão que tinham
pensado em abandonar (Lucas 24:30-33).
Nas últimas semanas, tenho assistido um avivamento silencioso acontecendo em
nosso meio. O mal materializado nas maledicências humanas, disputas, rixas,
fraturas, inimizades, falsidades, acomodação e outras mazelas (Gálatas
5:19-21), parece estar perdendo terreno para o bem através da unidade,
comunhão, partilha, amor e generosidade (Gálatas 5:22, 23), que é fruto da presença
do ressuscitado entre nós.
Quando o ressuscitado ocupa o centro das nossas vidas e rodas de conversas, o
egoísmo junto com a avareza abrem espaço para uma vida de partilha,
solidariedade e gentileza. Nestes últimos dias, conseguimos unidas(os) realizar
mais um belo e solidário acampamento, construir uma pequena casa para abrigar
dignamente Madalena com seus três filhos(as), a Abapi decidiu adotar o jardim
da nossa igreja, os ministérios estão se revezando na recepção dos cultos
dominicais, o berçário que estava fechado há 2 anos foi reaberto para glória de
Deus, pequenos consertos e serviços de limpeza em nosso patrimônio tem sido
feito pelas mãos da nossa diretoria, e até meados de dezembro estaremos
concluindo a construção de mais uma casa no sertão (através da equipe de
voluntários da Congregação em Palestina liderados por nosso missionário Mano)
que abrigará e dará dignidade para mais uma família.
Concluímos o segundo ciclo de 50
dias de oração e leitura dos evangelhos (ao todo oramos este ano 100 dias e
lemos os 4 evangelhos do NT) na certeza que a Divina Ruah continuará fazendo grandes
coisas em nosso meio. Cumprir a missão que Deus nos confiou é vital e
essencial. A oração nos ajuda a manter o foco na obediência à nossa vocação enquanto
comunidade de fé, atitude essencial para não desviarmos nosso olhar da Cruz e acabarmos
perdendo energia com coisas que entristecem o coração do nosso Deus.
No
texto em destaque (Atos 4:32-35), Barnabé convicto da presença do ressuscitado
em sua vida, coloca toda sua generosidade à disposição do desenvolvimento do
Reino de Deus. Nossa oração é que todas(os) que fazem parte da grande Família
IBP, convictas(os) da presença do ressuscitado entre nós, possamos colocar toda
nossa generosidade à disposição do Reino de Deus e do seu cumprimento radical,
à exemplo de Jesus de Nazaré, em terras alagoanas, nordestinas, brasileiras e
até os confins da terra. Que nossa convicção do ressuscitado entre nós possa ir
além das palavras. Creio com toda convicção que na partilha do pão, nossos olhos
são abertos e nossos corações experimentarão o avivamento da Divina Ruah.
Do
seu pastor e amigo, Wellington Santos
22/11/2019
Boletim Dominical 24/11/2019
O RESSUSCITADO ESTÁ ENTRE NÓS!
Lucas 24:15, 16 e 30-33
No último final de semana estivemos
reunidos(as) em Paripueira-Al, por ocasião do nosso 25º Acampamento da Família
IBP. Tivemos um tempo poderoso de comunhão, serviço, espiritualidade, mística,
estudos e pregações que nos encheram da glória de Deus. A Pra. Odja e o Pr.
Kinno foram os instrumentos que Deus usou para nos fazer Pensar e SENTIR a
presença do Ressuscitado Jesus de Nazaré entre nós.
Durante todos estes dias pós-acampamento,
o desejo de silenciar minha alma e apagar a luz, para ver e escutar melhor a
voz do amor que nos chama para amar, são intensos. Intensa também é a
inquietação em minha alma causada pelas perguntas da Divina Ruah feitas através
da boca da Pra. Odja: “O que precisa ser ressuscitado em minha vida? E ainda, o
que precisa ser ressuscitado em minha comunidade de fé através da minha vida?”
Uma outra palavra que fora colocada pela nossa pastora e que muito me fez
pensar foi: “Temos percebido a presença do ressuscitado entre nós? O
ressuscitado é presença constante em nossas rodas de conversa?”
O casal de Emaús estava tão tomado
pela tristeza e pelas próprias expectativas frustradas (Lucas 24:18-24) que não
perceberam que aquele Queer (estranho) que se aproximou deles no
caminho, era o próprio ressuscitado Jesus de Nazaré. Quantas vezes estamos tão
tristes e abatidxs por conta das nossas próprias expectativas projetadas em
Deus, em nossxs líderes, ou seja lá no que for, que não conseguimos enxergar a
presença do ressuscitado entre nós. Nossos olhos fechados, só “enxergam” morte,
defeitos, coisas ruins e maldades (Mateus 6:22, 23).
Na partilha simples do pão, os olhos
se abrem e com eles o coração pega fogo na presença do ressuscitado (Lucas
24:30-33). Você já parou para pensar que seus olhos podem estar fechados e que
a culpa não é de ninguém além de você que, mesmo dentro da “igreja”, se
encontra distante do ressuscitado? Será que o ressuscitado tem presença certa e
permanente em nossas vidas, cotidiano, redes de amizades e conversas?
Minha oração é que o ressuscitado
esteja entre nós tendo liberdade para abrir nossos olhos, aquecer e incendiar
nossos corações de amor pelo próximo e nos lançar de volta no caminho da
missão. Aleluia, sê bem-vinda Divina Ruah entre nós através do ressuscitado
Jesus de Nazaré.
Do seu pastor e
amigo, Wellington Santos
09/11/2019
Boletim Dominical 10/11/2019
ACAMPAMENTO
DA FAMÍLIA IBP
IBP
50 anos no CAMINHO do Amor e da Resistência
Lucas
24:13-35
Na próxima quinta-feira (14/11),
a partir das 20h, estaremos nos deslocando para o Acampamento Batista de
Paripueira-AL, para realização deste momento histórico na vida da nossa
comunidade de fé. Este ano, por ocasião do já consagrado Acampamento da Família
IBP, faremos o lançamento das comemorações dos 50 anos de Organização da nossa
querida igreja que se dará em 21 de março de 2020.
50 anos é um tempo significativo
que deve nos levar a celebrar bem como também a refletir em todos os Caminhos e
Descaminhos por onde trilhamos para chegar até aqui. São 50 anos de sorrisos,
lágrimas, conquistas, derrotas, chegadas, partidas, muitos nascimentos e, também,
muitas e dolorosas partidas. Em todos estes caminhos e descaminhos, mesmo sem
notar muitas vezes, nunca estivemos sozinhos(as), Jesus de Nazaré sempre esteve
caminhando conosco todo este tempo (Lucas 24:13-16 e 32).
O Acampamento da Família IBP é
um marco na vida da nossa querida igreja. Isto porque, destes 50 anos de
organização da nossa igreja, estivemos reunidos como Família IBP em Paripueira,
juntos e juntas por 25 anos. Muitas histórias para contar: Vimos crianças
crescerem e tornarem-se adultos, palestrantes que nos abençoaram de forma
fantástica e marcante através da instrumentalidade da Divina Ruah, celebrações
de inúmeros batismos abençoados com lágrimas, partilhas do pão e vinho na mesa
do Senhor de formas diversas, além de muita festa, reencontros, curas e
fortalecimento da nossa comunhão enquanto igreja de Jesus.
Desta forma lhes convido a
colocar estes dias que nos aguardam em profunda e reverente oração. Sempre bom
lembrar que não estamos indo para uma simples colônia de férias, camping
legal ou um “rolê” agradável de feriado. Estamos indo enquanto Igreja de Jesus,
ouvir a voz de Deus para os próximos anos que virão. Abra desde já seu coração
e sua mente e permita que a Divina Ruah comece a soprar o sopro da
transformação, renovação da esperança e avivamento na sua vida e na vida de
todos e todas que Deus já separou para serem cheios da potência de vida que há
no nome de Jesus. Que venhamos a sair destes dias totalmente inundados do amor,
graça, perdão, alegria, paz, justiça e sentimento comunitário que há no poder
do nome de Jesus (Fp. 2:9-11).
No caminho do amor e da
resistência ao mal e ao ódio, lançaremos o ano comemorativo dos 50 anos da
nossa igreja. Deixe Deus iniciar este processo revolucionário de abertura de
olhos e coração em chamas (Lucas 24:31, 32a) através da sua vida hoje mesmo.
Em
tempo: próximo domingo não teremos celebração à noite na nossa sede, uma vez
que estaremos no Caminho de volta do acampamento para nossas casas, visando
iniciar uma nova e frutífera Caminhada nos próximos dias, semanas, meses e anos
que virão.
01/11/2019
Boletim Dominical 03/11/2019
IGREJA
REFORMADA, SEMPRE REFORMANDO-SE: O QUE AINDA É PRECISO REFORMAR NA IGREJA?
31 de outubro de 1517, foi a data em que,
presumivelmente, Martinho Lutero pregou suas 95 teses sobre indulgências na
porta da igreja de Wittenberg-Alemanha. Esse ato é considerado ponto de partida
da Reforma Protestante. As 95 teses marcam o evento denominado Reforma
Protestante. Sabemos que a Reforma Protestante foi resultado de uma confluência
de muitos movimentos políticos, sociais e religiosos que a antecederam e a sucederam
e que nela celebra-se. No entanto, não
podemos deixar de reconhecer que o ato de protesto das 95 teses, protagonizado
por Lutero, abriu espaço para fomentar e visibilizar outros grupos que
aspiravam e lutavam por “Outra Igreja possível”. Grupos que até então não se
fazia notar, até porque na sua maioria eram compostos de camponeses e camponesas,
artesãos e artesãs, cuja representação política e religiosa era mínima.
502 anos depois, existe razão para continuar
celebrando a Reforma Protestante? Se
olharmos para a Reforma como a memória de um grito da Igreja do século XVI, que
exigia uma resposta do cristianismo institucional aos desafios eclesiais e
sociais, principalmente, um grito contra corrupção generalizada que ocorreu
dentro da Igreja, aliada aos poderes do Estado, sim, devemos celebrar! Mas,
celebrar como memória crítica, de inconformação, protesto e grito que ecoou
para dentro da própria Igreja. Uma Reforma de baixo para cima, disposta a
romper os laços do modelo de cristandade em que estavam unidos Igreja e Estado
e os interesses de uma elite política e religiosa.
No cenário atual da Igreja evangélica brasileira,
cada vez mais aliada aos poderes do Estado, corrompida e articulada com as forças
de um fundamentalismo religioso e intolerante, a memória da Reforma pode
reavivar o grito e o potencial crítico que o Crucificado e o Ressuscitado têm
de questionar, não apenas a sociedade de nosso tempo, mas - acima de tudo –
questionar a própria Igreja.
Concluo essa reflexão me perguntando: quais
seriam as novas teses que precisaríamos pregar hoje na porta das igrejas? O que ainda é preciso reformar na Igreja?
Soli Deo Gloria.
Pastora Odja Barros.
25/10/2019
Boletim Dominical 27/10/2019
SONHANDO ACORDADO
Joel 2:28
Num
momento de crise profunda vivida no tempo do profeta Joel, uma mensagem dos
céus veio até ele que dizia: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os
vossos jovens terão visões.” (Joel
2:28). Enquanto orava e pensava
sobre o que escrever nesta pastoral dominical, lendo e assistindo todas as
notícias que nos acometem de perto e de longe ao mesmo tempo, notícias que vão
de tragédias/crimes ambientais (óleo derramado de forma criminosa no litoral
nordestino) até carreta abandonada com 39 pessoas encontradas mortas em
Londres, me peguei sonhando acordado com nosso mundo, país e comunidade de fé.
Sonhei com um mundo onde as
fronteiras fossem abertas e o trânsito entre pessoas estivesse liberado como
irmxs que transitam de um lado para outro sem constrangimento e/ou perseguição;
Sonhei com um mundo onde as pessoas
transitassem de um lugar para o outro não por conta das guerras, genocídios
silenciosos, fome e falta de recursos hídricos. Transitassem para conhecer e
visitar outrxs irmxs à exemplo de uma pequena parcela da população em suas
viagens de turismo;
Sonhei com um mundo em que o
estrangeiro e imigrante fosse tratado com amor, consideração, respeito e
amizade (Mateus 25:35b). Não como um inimigo em potencial que precisa ser expulso
e destruído;
Sonhei com um país unido em torno do
cuidado dos mais pobres, da natureza, dos valores éticos que defendem a justiça
e a dignidade. E não um país dividido em legendas partidárias e torcidas
organizadas que se odeiam e querem se destruir mutuamente;
Sonhei com um país em que as
diferenças de credo/religião, diversidades sexuais e raciais não fossem um
problema em si, e sim, um motivo de celebração pela beleza da multiplicidade e
diversidade como a vida se manifesta;
Sonhei com um país em que a solidariedade
e o amor venceriam o individualismo e o ódio, dando lugar ao bem-viver para
todxs;
Sonhei com uma comunidade de fé em
que todas as pessoas seriam acolhidas e amadas pelo simples fato de serem
pessoas amadxs pelo Criador (João 3:16; Gálatas 3:26-28);
Sonhei com uma comunidade de fé em
que os seus ministérios (Crianças, Abapi, Jubapi, Manacás, Barnabés, Negritude
e Boa Idade) dialogam entre si, buscando comunitariamente, como irmxs que se
amam e buscam a melhor forma de servir, juntxs ao nosso Deus;
Sonhei com uma comunidade de fé que
ama de todo coração à missão que lhe confiada pelo próprio Deus (Mateus 16:18),
através de uma entrega plena de recursos financeiros e mais ainda, de uma
entrega pessoal e cheia de compromisso com a sua comunidade local de fé.
Estes foram alguns dos meus sonhos
acordados. Creio no derramamento do Espírito prometido em Joel 2:28 e repetido
em Atos 2:17, 18. Oro para que todas as pessoas de todas as idades sejam
banhadas e plenas do Espírito/Ruah de Deus, sonhando comunitariamente os sonhos
de Deus para perto e para longe. Quais os seus sonhos para nosso mundo, país e
comunidade de fé? Será que estou sonhando sozinho? Sonhemos juntxs os sonhos de
Deus, pois, assim a vida será melhor para todxs.
Do seu pastor e amigo, Wellington Santos
18/10/2019
Boletim Dominical 20/10/2019
OLHOS FIXOS NA MISSÃO!
“Galileus
(Família IBP), por que vocês estão olhando para o céu?” Atos 1:11ª
Na última quinta-feira, 17 de
outubro, juntamente com minha parceira de vida e ministério, completamos 26
anos à frente da Família Batista do Pinheiro como seus pastores. Neste mesmo dia,
iniciamos nossas conversas sobre a segunda etapa do planejamento que iniciamos
em Maio/2019, com a assessoria do Paulo Ueti. Neste dia, esteve reunido o grupo
que estava pensando a formação educacional e teológica da nossa comunidade para
os próximos anos.
Estamos às portas de completar,
enquanto igreja organizada oficialmente (21 de março de 1970), 50 anos de
organização e existência, proclamando o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo
de Nazaré, com todas as suas implicações no campo da justiça, dignidade, paz,
alegria e amor que poderíamos dizer, seria uma síntese do Reino de Deus anunciado
por Jesus (Romanos 14:17).
Uma tendência perigosa que corremos
enquanto comunidade do Reino é ficarmos embevecidos(as) pelo passado,
juntamente com aquelas realizações que consideramos bem sucedidas. Perigo de
sermos tomados(as) por um saudosismo paralisante que pode nos levar a ficarmos
com os olhos fixos nos “céus”. O texto acima relata exatamente o alerta aos
discípulos(as) de Jesus, feito pelos dois homens misteriosos vestidos de branco
(Atos 1:10b).
No livro de Atos, escrito por Lucas,
o texto inicia com a visitação do ressuscitado Jesus aos seus seguidores (Atos
1:1-3). Nesta visita que seria sua última aparição antes de ser elevado aos
céus, Jesus lhes dá orientações e faz uma promessa: “Vocês receberão poder
quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8).
Segundo a narrativa bíblica, logo após esta promessa Jesus foi elevado à
presença de Deus. Neste momento, os(as) discípulos(as) ficam paralisados(as)
perante tal cena grandiosa, esquecendo-se da ordem missionária que lhes foi
dada (Atos 1:10a).
Sei que é difícil deixar o que
passou para trás e seguir caminhando. Sei que é muito difícil se reinventar
depois de tantas lutas com algumas derrotas e vitórias. Sei que é difícil
praticamente reiniciar tudo novamente como se fosse a primeira vez, sendo que
depois de tantas andanças e embates, estamos mais cansados(as) e meio
desanimados(as). O problema é que o Reino de Deus não se constrói olhando para
trás e/ou fixando os olhos no céu, numa tentativa desesperada de congelar o
presente. Não temos opção: Ou desistimos ou seguimos em frente. Qual sua opção?
Estamos mergulhados(as), neste
momento, em busca de respostas do alto para nossa comunidade, que tem uma
missão a cumprir, em obediência Aquele que é o Autor e Consumador da nossa fé
(Hebreus 12:2). Segundo o escritor Rubem Alves, eu e a pastora Odja não temos
mais 26 anos de ministério como líderes desta linda família de fé, nem tampouco
a IBP tem mais 49 anos e 7 meses de existência. Quantos anos ainda temos pela
frente enquanto líderes desta amada igreja e quantos anos tem a Família IBP
para cumprir sua missão, é um mistério reservado ao Senhor da história (Marcos
13:32). Sigamos unidos(as), com os olhos fixos na missão, em obediência ao Aba (Marcos 14:36a), que nos
confiou tamanha responsabilidade.
Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos
11/10/2019
Boletim Dominical 13/10/2019
IRMÃ
DULCE E DOM HELDER CÂMARA
“Disse
Jesus: tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e
nada têm para comer”. Marcos 8:2
Neste domingo, a irmã Dulce
(nordestina nascida na Bahia), conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”, será
beatificada pela Igreja Católica em Roma. A partir de hoje, formalmente, esta
frágil mulher que dedicou sua vida inteira a cuidar dos excluídxs das ruas de
Salvador-BA, finalmente será sagrada “Santa” conforme a fé e as regras da sua
igreja. Exemplo fantástico de vida e de prática para uma sociedade ensimesmada
e apaixonada pelo sucesso e aplauso. Minha oração é que surjam outras irmãs
Dulces desejando, despretensiosamente, servir àquelxs que estão esquecidxs
pelas políticas públicas e oportunidades desta vida.
Quero aproveitar para trazer à nossa
memória outro nordestino nascido no Ceará que, a exemplo da irmã Dulce, chamou a
atenção do mundo pelas suas inúmeras obras de caridade e da sua luta em defesa
daquelxs empobrecidxs do seu tempo. Dom Helder Câmara, foi Arcebispo de Olinda
e Recife, dedicando todo seu arcebispado aos empobrecidxs destas duas cidades.
O problema talvez da luta de Dom Helder, diferente da luta e dedicação da Irmã
Dulce, é que ele não se limitou a alimentar aos famintxs. Ele dizia: “Quando
dou comida aos pobres me chamam de santo. Quando pergunto a causa da fome me
chamam de comunista”. Muito provavelmente, a grande maioria dos católicos
destes últimos dias veem na vida da Irmã Dulce algo a ser seguido, já na vida
de Dom Helder nem tanto.
A compaixão pelos que passam fome
não pode se limitar a apenas alimentá-lxs. A máquina de produzir miséria do
sistema majoritário capitalista selvagem em voga no mundo, não para de moer
gente e de lançá-lxs na rua da amargura. Tudo que o sistema precisa é de
“santxs” obedientes, “distantes da política” que restrinjam suas ações ao campo
da “caridade” sem fazer perguntas e denúncias incômodas (Amós 4:7, 10-15a, 21-24).
Precisamos desenvolver uma compaixão que nos mova a - com uma mão compartilhar
misericórdia através da partilha imediata do socorro a quem está na beira do
precipício social e com a outra mão lutar para estancar a produção da miséria e
exclusão através do acúmulo do capital nas mãos de uns poucos (Ler matéria do Jornal El País no
brasil.elpais.com: “Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade da
população mais pobre”).
Concluo esta breve reflexão
indagando: Devemos seguir apenas o bom exemplo da Irmã Dulce só agora,
declarada santa para cúpula romana da sua igreja? O exemplo de Dom Helder
Câmara deve nos desafiar em algo para além da caridade refletida tão somente no
enfrentamento das necessidades imediatas sem fazer nenhum tipo de reflexão e
luta que importune os senhorxs da Casa Grande? A comunidade IBP, através dxs pastorxs
e missionárixs, na sua visão seriam consideradxs santxs ou “comunistxs” pela
opinião pública vigente nestes últimos tempos em nosso país? A comunidade IBP,
através dxs pastorxs e missionárixs, devem se limitar a acolher as vítimas da
violência, fome e abandono, sem querer saber as causas para serem considerdxs
santxs pela opinião pública ou continuar fazendo perguntas incômodas e denunciando
as estruturas que produzem a opressão, mesmo que para isto sejam consideradas
de forma pejorativa “comunistxs” pelo fato de se negarem a serem bons(as)
religiosxs que diminuem a fome por um lado e abraçam quem a produz por outro?
Confesso que não tenho vocação nem
condições de ser considerado “santo”, com todo respeito, pela escola da Irmã
Dulce. Que sejamos tomadxs de compaixão na luta para acabar com a fome e a
exclusão, a exemplo da Irmã Dulce. Ao mesmo tempo, estejamos prontxs a ser tomadxs
por uma compaixão profética cheia de indignação contra aquelxs que produzem a
miséria e a fome, perguntando a causa e denunciando quem a produz, a exemplo de
Dom Helder. Que Jesus de Nazaré que não se acovardou com a cruz, seja nossa inspiração
na luta e missão de alimentar os famintos e de denunciar os que produzem a
fome. Nem “santxs” nem “comunistas”, apenas servxs de Jesus de Nazaré.
Do seu pastor e amigo,
04/10/2019
Boletim Dominical 06/10/2019
HORTA
COMUNITÁRIA, EXEMPLO DE CUIDADO DA CRIAÇÃO E ESPÍRITO SOLIDÁRIO EM TEMPOS DE
EGOÍSMO E VIOLÊNCIA SIMBÓLICA!!!
(I
João 3:18)
No último sábado, enquanto viajava
para visitar a Congregação de Zé da Rocha (Junqueiro-AL) e realizar um
casamento em Arapiraca, algo aparentemente simples e potencialmente
revolucionário acontecia no pequeno condomínio onde moro desde 2003 no
Tabuleiro. Três moradores do condomínio, guiando um carrinho de mão recheado de
hortaliças fresquinhas e sem agrotóxicos, faziam a entrega generosa e carinhosa
de porta em porta da primeira colheita da horta, denominada por elas e eles que
plantaram e cuidaram de comunitária. Na hora da primeira colheita, decidiram
socializar com todos(as) os(as) moradoras e moradores. Eu por exemplo,
lembro-me de apenas incentivar, elogiar e apoiar a iniciativa, entretanto,
colocar a mão na massa eu não coloquei.
Quando retornei de viagem e ouvi o
relato através da minha filha, fui reportado a pensar que o Evangelho (Boa
Nova) sonhado e propagado por Jesus de Nazaré se encontra vivo, apesar da
religiosidade tóxica de alguns que confundem espiritualidade evangélica com
vida centrada em templos, regras e rituais. Fiquei pensando na afirmação da
Primeira Epístola de João 4:7, 8 que diz: “Aquele(a) que ama conhece a Deus.
Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Este ato foi sem
sombra de dúvidas um ato de amor à Deus. Pois, compartilhar com generosidade,
alimentar um espírito solidário e comunitário é uma demonstração viva de amor e
de que entendeu que a oração que Jesus de Nazaré nos ensinou como base em
Mateus 6:9-15, só tem sentido pleno se o Pai/Mãe forem Nosso à exemplo do Pão (“Pai/Mãe
Nosso(a) que estais nos céus...O Pão Nosso de cada dia...).
Este final de semana nossas crianças
se reuniram para conversar acerca da responsabilidade com o cuidado da criação
de Deus, tendo como tema do Acampamento: Crianças
na Missão, cuidam da Criação. Desde sexta-feira, elas estão debruçadas
sobre o cuidado com o que nosso Deus chamou de bom (Gn. 1:31), sua bela e
maravilhosa criação. Em tempos de queimadas, exploração do meio ambiente de
forma irresponsável, destruição dos biomas, agrotóxicos nada Pop
envenenando nossas mesas e comprometendo nossa saúde e futuro nesta terra
criada e amada por Deus, indago: Quem cuida mais da criação? Os(as) que de
bíblia em mãos vomitam textos sagrados em defesa disto e daquilo de forma
conservadora e fundamentalista ou aqueles(as) que de forma simples e discreta, sem
maiores pretensões, plantam uma horta debaixo do sol escaldante da nossa cidade
para depois compartilhar com todos e todas de forma generosa? Os que plantam
hortas comunitárias juntam-se aos que lutam em defesa de uma vida digna para
todos(as) independentemente da cor da sua pele, condição sexual, intelectual,
econômica, religiosa e etc.
Quem sabe podemos nos espelhar no
exemplo dos(as) vizinhos(as) do condomínio onde moro para de forma prática, reeditarmos
o plantio de uma pequena e comunitária hortinha, que seria administrada por
nossas crianças no terreno que pertence à nossa igreja? Já vivemos esta
experiência, precisamos retomá-la. Amor não se mostra em palavras, e sim, em
atitudes como nos afirma as escrituras em I João 3:18, que diz: “Filhinhos(as),
não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.”
Do seu amigo e
pastor,
Wellington Santos
27/09/2019
Boletim Dominical 29/09/2019
NORMANDIA, RESISTE!
Aos 60 anos, fiz minha
primeira visita a um assentamento do MST, no Centro de Formação Paulo Freire,
em Caruaru/PE. Chegamos no assentamento, meu coração batia forte pois eu estava
muito ansiosa para este primeiro encontro. Queria ver, falar e dizer para todxs
aquelxs pessoas que somos irmxs e que estamos do mesmo lado da luta por justiça
e dignidade. Do portão de entrada até o auditório todxs nos cumprimentavam com
muita cordialidade. Meus olhos percorriam cada canto daquele lugar. De repente
um vento forte acariciou meu rosto, causando-me uma sensação tão boa por estar
ali. Entramos no auditório, onde estava acontecendo uma plenária. Imediamente
pegaram nossos nomes para apresentar nossa pequena e singela comitiva. Enquanto
a reunião acontecia, gritos de ordem eram dados, causando-me mais uma vez
profunda emoção. Mulheres líderes no comando da reunião, rostos sofridos de
todas as idades e marcados pelo sol, de forma organizada discutiam acerca da
resistência. Naquele exato momento tive que começar a desaprender e
desconstruir tudo que tinha ouvido durante todo esse tempo através da mídia e
das opiniões dos que, distantes da realidade, apenas reproduzem o que ouvem todos
os dias sem senso crítico.
Dou glórias a Deus pela
minha comunidade de Fé, pelo envolvimento dos meus pastores Wellington e Odja.
Nos foi concedida a palavra para uma saudação que logo se transformou numa
palavra de ânimo, força e fé proferidos pelos pastores Wellington, Odja e
Vando. Fiz uma fala de saudação breve e emocionada que me aproximou ainda mais
daquelxs homens e mulheres. Foi um momento enriquecedor e marcante para minha
vida e formação. Em seguida, fomos conhecer a horta comunitária em formato de
mandala, que em meio a tantas belezas ainda era adornada com inúmeros
girassóis, tornando aquele lugar ainda mais belo e especial. Seguimos para o
almoço. Mais um momento especial e marcante. A quantidade de pessoas me
assombrou, era tanta gente que nossos encontros, viagens missionárias e
acampamentos, ficavam pequenos diante daquela multidão de trabalhadores e
trabalhadoras acampadas naquele lugar para resistir à violência da tentativa do
despejo após 20 anos de construção de sonhos.
Novamente a organização chamou muito a minha atenção. Todxs comeram
igualmente, cada um com suas singelas vasilhas, se alimentaram, lavando-as em
seguida, deixando todo lugar rapidamente limpo.
Meu Deus, como ouvi tantos
absurdos durante este tempo a respeito do MST. Conhecendo Helena, assentada do
MST, lutando como eu para vencer um câncer. Senti que preciso não só
desconstruir falsos conceitos acerca do MST como também me unir à luta por uma
reforma agrária séria e profunda em nosso país. Quando chegou a hora de voltar,
queria ficar mais um tempo, decidindo no meu coração que voltarei, pois,
preciso desaprender para aprender com meus irmxs do MST a compartilhar tudo
como vi naquele lugar. Meu coração está muito grato à Ruah que soprou esse
vento de amor e aprendizado na minha vida. Saí refletindo depois de algumas
horas naquele acampamento se de fato nós sabemos mesmo como viver em
comunidade. Esta viagem de solidariedade ao Centro de Formação Paulo Freire
acabou sendo um grande presente para minha vida.
Quero concluir com as
palavras da pastora Odja ao falar na plenária, citando Margarida Alves: "Medo
nós tem, mas não usa". Que saiamos da nossa zona de conforto, ampliemos
nossa visão e nos aproximemos mais daquelxs que lutam por dignidade, afim de
construir nosso próprio conceito acerca desta luta. Hoje, me uno aquelxs
trabalhadorxs para dizer bem alto: Normandia, resiste!
Missionária
Sandra Helena
19/09/2019
Boletim Dominical 22/09/2019
TEMPO DE IDOLATRIA É TEMPO PARA CONVERSÃO
Quando o
tempo e qualquer outra atividade assume o primeiro lugar na minha vida, talvez
eu não me dê conta, mas estou sendo idólatra. Idolatria é a adoração de ídolos.
Quem me criou e me cuida mesmo quando não reconheço, e para quem um dia retornarei
eu e todas as pessoas? DEUS! Cujos nomes
podem ser muitos. Eu sei que eu não tenho controle de nada. Sequer da minha
própria vida. Mas às vezes ouso pensar que posso controlar a vida de outras
pessoas. Sei também que até a minha vida não me pertence a mim, mas a Deus,
quem me deu a vida. Mas ainda assim, teimo achar em vários momentos que eu faço
da minha vida o que eu quiser. Deus fez o tempo cronológico e com ele sete dias
na semana. Cada dia com vinte e quatro horas.
Outro dia
ouvi de uma irmã muito querida da Igreja que certa vez alguém orou muito
pedindo a Deus condições de comprar um carro, pois com o carro poderia ir
participar do Culto semanal com mais conforto. Até que as condições vieram e o
carro foi comprado. Mas passado algum
tempo, o desejo de ter mais bens, de acumular mais pertences, ocupou tanto a
agenda da pessoa dona do carro que o tempo de participar do Culto comunitário
foi ocupado pela tarefa de lavar o carro. Hoje eu precisei me perguntar: o que
aconteceu com o meu primeiro Amor? Eu pareço ter esquecido que quem me amou
primeiro foi Deus. E quem me ama incondicionalmente é Deus. Quem esteve comigo
em todos os momentos, felizes e de tristezas? Deus. Será que eu sei realmente o
que é GRATIDÃO?
Acordei,
abri os olhos e vejo que tudo o que enxergo e o que não enxergo ao meu redor é
obra criada por Deus. Vejo também que eu e outras pessoas não temos cuidado
responsavelmente do que Deus criou. HOJE é tempo de CONVERSÃO. Será que desejo
aproveitar o dia para refletir melhor sobre tudo isso e mudar o rumo da minha
vida? Será que sinto real
arrependimento?
Quero
aproveitar o tempo de hoje, aqui e agora, para rever e mudar de atitude. Reconheço:
eu sou de Deus! É Deus que me tem! Não sou eu que tenho a Deus! Quero acolher
esses pensamentos cá dentro de mim. Quero sentir aqui dentro de mim cada
palavra acima mencionada.
DEUS, eu te
amo!
Gratidão
por teu amor por mim!
Gratidão
pela oportunidade de conversão. Eu não mais serei idólatra!
Deus, a
partir de agora TU és a minha prioridade, assim como eu tenho sido tua
prioridade.
GRATIDÃO!
Lilian Conceição da Silva,
filha amada de Deus, sacerdotisa de Ruah, por misericórdia e graça.
14/09/2019
Boletim Dominical 15/09/2019
TRISTEZA
NÃO É PECADO!!!
Mateus
26:38
Nos dias atuais, podemos
afirmar, que estamos vivendo no que podemos chamar de tirania da felicidade.
Todxs precisam estar e/ou demonstrar todo tempo que estão felizes, que não
possuem problemas e que a vida está sorrindo/gargalhando para si. Para fazer
tal constatação, basta visitar a maioria das redes sociais da grande maioria
das pessoas que nos cercam.
Ser feliz virou algo tão
impositivo, que estar triste e/ou estar atravessando um momento de tristeza
virou um “pecado” quase imperdoável. Olhamos de um lado para o outro e o que
vemos são pessoas exalando “felicidade” e/ou sofrendo por não conseguir exalar
tanta “felicidade”.
Outra coisa interessante de se
notar é a grande confusão que muitos de nós fazemos entre tristeza e depressão.
Segundo o psiquiatra Jair Mari: “A tristeza é passageira, mas a depressão te
habita. No transtorno, o vazio e a desesperança invadem o cotidiano”. Neste
momento em nosso país, existem cerca de 11,5 milhões de brasileirxs diagnosticados
com depressão. Entretanto, posso afirmar sem medo de errar que o número de
pessoas tristes e/ou experimentando algum tipo de tristeza é muito maior.
Se neste momento da sua vida
você está experimentando algum tipo de tristeza. Tristeza leve, moderada e/ou intensa,
busque ajuda. Não se cale, não se isole nem tampouco se desespere. Também lhe
peço que não permita que ninguém lhe aponte o dedo e questione a sua fé. Sabe
por quê? Pelo simples fato de que o nosso Senhor e Salvador Jesus de Nazaré
nunca teve medo de esconder suas dores, lágrimas e tristeza (João 11:35 e
Mateus 26:36-38).
Tristeza não é pecado. Euforia
demasiada não é sinônimo de fé inabalável e sim, de algum problema que precisa
ser tratado no campo psiquiátrico. Se você está e/ou se encontra vivendo um
momento de tristeza na sua vida, creia que você está se aproximando ainda mais
de Deus. Tristeza é um sentimento humano importante para nos manter livres da
negação das nossas limitações e de assumir que não temos controle de nada nesta
vida.
Tristeza não é pecado. Você pode
chorar, ficar em silêncio por um tempo, se recolher e ficar mais reflexivo,
enfim, enfrente este tempo da forma como a Divina Ruah lhe revelar melhor.
Creia apenas que em todos os momentos da sua vida se lhe faltarem braços amigos
e compreensivos não faltarão anjos dos céus que nunca soltarão sua mão (Lucas
22:40-43).
Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos
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