Carta
da Juventude do Caminho
Satuba,
27 de maio de 2018.
Nos redescobrimos elo.
Elo que pertence, resiste, se alimenta, cria e compartilha. A liberdade de ser
e para ser. Desconstruindo-se e construindo-se como um. Um que é plural, que é
humano e se constitui a partir da diversidade que se revela no colo das mães,
na representatividade negra, no protagonismo feminino, na voz que é sigla,
frase, grito e lugar: LGBT+. Que se revela na atitude subversiva que acolhe e
emancipa os corpos, a mente e o espírito.
Somos construção que
será, mas que já é. É presente, é agora, porque já somos. Somos quilombo,
encontro, força e luta. Corpos inconformados que se abraçam e enxugam suas
lágrimas enquanto experimentam a partilha.
Acreditamos em um Deus
encarnado em cada um de nós que se mostra multiforme e frágil. Que nos saúda no
rosto do outro e nos encontra a partir do encontro com nós mesmos. Que torna a
divindade humana, a humanidade divina, o sagrado simples e o amor real. Agora
estamos presos ao céu e o céu está livre em nós.
Saímos do quilombo
fortalecidos para a vida. Humanos caminhantes trilhando o caminho aberto pelo
Cristo, ainda não atravessados. Por isso seguimos sendo quem somos, amando quem
amamos e fazendo a nossa parte para que todos tenham esse mesmo direito.