Cuidar da nossa casa (IBP) é cuidar de
vidas em um Banho Solidário.
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se
não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.”
João 14:2
O projeto Banho
Solidário surgiu a partir da observação da necessidade de pessoas em situação
de rua em realizar uma ação que, para nós que temos morada é algo simples, que
é tomar um banho. Sempre que pensamos em realizar ações de ajuda aos menos
favorecidos imaginamos que vamos levar algo, ajudar e ensinar. Porém, esquecemos
que nessas ações também aprendemos, e muitas vezes voltamos impactados ao ver
nossas histórias de vida sendo entrelaçadas às histórias de vidas que lá
encontramos.
E tem sido
assim nas ações do Banho Solidário da Igreja Batista do Pinheiro, que tem saído
às ruas para cuidar de pessoas que não tem moradia. Em nossa vivência com eles
alguns fatos nos chamam a atenção e nos constrangem com o cuidado da nossa própria
casa (IBP). Nas ações do Banho Solidário conhecemos Luciano, pessoa em situação
de rua, que ao conhecer o projeto de reino da IBP passa a contribuir com seu dízimo,
fruto da venda da produção de seu artesanato. O que leva uma pessoa sem casa
contribuir com o sustento da nossa casa? Vendo essa atitude passamos a refletir
quais motivos nos levam a negligenciar nossa própria casa (IBP) e o que isso
pode causar.
Um lar
descuidado pode nos deixar vulneráveis, nos trazer dor, constrangimento, nos
limitar, não nos permitindo desenvolver plenamente, na prática, o amor ao
próximo alcançando um maior número de Lucianos, Luiz, Carlos, Anas, que gemem
com a dor da invisibilidade, com o olhar da indiferença. Quando negligenciamos
nossa casa limitamos a capacidade de sermos abrigo para aqueles e aquelas que não
tinham onde ser acolhidos e cuidados como verdadeiramente são. Estreitamos as
portas da casa onde pessoas conseguem se reconhecer em sua negritude, serem
aceitas independentes de sua forma diferente de amar, com seus pensamentos específicos
e plurais. Que desejam amar e cultuar um Deus amoroso, misericordioso que é pai
e mãe. Se esquecermos de cuidar da casa, limitamos o lugar de cura, de
partilha, de construção de relações de confiança, de alianças fraternas e
sororais libertadoras.
Que a Ruah
Divina nos abençoe nessa caminhada onde possamos reconhecer a necessidade da
manutenção de nossa casa resistindo em amor e fé. (...)“mas Cristo é fiel como
filho sobre a casa de Deus; e essa casa somos nós, se é que nos apegamos
firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos” (Hebreus 3:6).
Banho Solidário