05/10/2018

Boletim Dominical 07/10/2018


FOMOS ELEITOS PARA ELEGER
Marcos Monteiro


                Neste dia de eleição, como Igreja Batista do Pinheiro, misturei dois textos, I Pedro 2:9, onde somos descritos como povo eleito, chamados das trevas para a luz, e Mateus 5:13-16, em que somos chamados por Jesus para ser sal da terra e luz do mundo, e fiquei pensando que fomos eleitos por três votos, o do Grande Eleitor, o do Carpinteiro de Nazaré e o da Divina Ruah, para iluminar e salgar o mundo, começando por Maceió.
                Pensei que as primeiras comunidades de Jesus, eleitas como nós, não podiam eleger o imperador nem o senado romano, mas receberam a tarefa de iluminar e de salgar o mundo do império, estabelecendo-se como grupos de uma economia, uma política e uma vivência diferentes, provocando através de sua contracultura reações diversas, incluindo perseguições.
                Na atual sociedade, acrescentamos à responsabilidade da vivência a incumbência da eleição de deputados, senadores e do presidente da nação, e fazemos isso diante da tarefa para a qual fomos eleitos, sendo sal e luz. Lembrei de Pedro e outros pescadores salgando o seu peixe para melhor conservar e dar sabor, e considerei que salgar significa dar vida e sabor a quem mais precisa destes itens. Também imaginei as aldeãs de Nazaré, levando as suas tochas para caminhar com mais claridade, e pensei que elucidar propostas e caminhos, seria a nossa responsabilidade de eleitores eleitos por Deus, por Jesus e pela Ruah.
                Pessoalmente, tenho problemas com candidatos que falam muito em Deus, porque o Êxodo diz que não se deve tomar o nome dEle em vão, ou que se dizem escolhidos por Ele, porque me parece que a eleição dEle é para coletividades e comunidades. Se Deus vota em algum candidato eu não sei, até porque o voto é secreto, e não conheço o cartório em que registrou a procuração para alguém falar em Seu nome.
                Desse modo, vou tentar votar em candidatos que, nesse nosso imperialismo moderno, votem o mais próximo dos compromissos com milhões de pessoas necessitadas de mais vida e sabor, e vou exercer a minha lucidez para não ser manipulado por discursos interesseiros. No âmbito interno, a nossa igreja deve aprender a viver cada vez mais a economia da solidariedade, a política da igualdade e a cultura da celebração do amor.
                Ser Igreja Batista do Pinheiro é ser comunidade de muitos endereços. Lugar de celebração, de formação e de liturgias, na Rua Miguel Palmeira, e lugar espalhado por todos os lugares em que os seus membros vivem ou se movimentam. Sal e luz se esparramando, vida e capacidade de discernimento, evangelho que é anúncio e denúncia, vivência que deseja para a cidade e para o mundo a política da igualdade, a economia da solidariedade e a cultura da celebração do amor.
                Desse modo, como comunidade eleita pelo Grande Eleitor, pelo Carpinteiro de Nazaré e pela Divina Ruah, vamos eleger deputados, senadores e o presidente de nosso Brasil, com muita oração e esperança.