“NO
PRINCÍPIO CRIOU DEUS OS CÉUS E A TERRA...E VIU QUE FICOU MUITO BOM...”
Gênesis
1:1-31
Na última quarta-feira, 05 de junho,
foi comemorado o Dia Internacional do Meio Ambiente. Na ocasião aproveitamos
para fazer uma singela reflexão acerca do tema. Iniciamos lendo todo capítulo
primeiro do livro de Gênesis (princípio), onde o autor descreve de forma
poética e sensível a criação sob a ótica teológica/religiosa (sempre é bom
lembrar que a Bíblia não é um livro científico, logo sua narrativa não está
comprometida com afirmações de caráter acadêmico). Nesta primeira narrativa
acerca da criação, uma frase se repete no discorrer de todo capítulo: “E Deus
viu que ficou bom” (versículos 10, 12, 18, 21, 25). Já no último versículo
(31), deste capítulo, a frase ganhou uma nova expressão para ressaltar às demais:
“E Deus viu que ficou MUITO BOM”.
Interessante, e ao mesmo tempo
preocupante, notar que quando saltamos no tempo e nas páginas da Bíblia,
pensando ainda na criação, mesmo numa sociedade ainda não industrializada e
carregada de poluição, a narrativa que vamos encontrar nas palavras do apóstolo
Paulo na sua belíssima carta aos Romanos é a seguinte: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que
os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à
futilidade, não pela própria escolha...na esperança de que
será libertada da escravidão, pois, geme até agora, como dores
de parto” (Romanos 8:19-22). O apóstolo ao se referir à criação
(natureza) afirma que a mesma está sofrendo/gemendo e aguardando sua redenção
através dos filhos e filhas de Deus. Eu e você, que cremos na Cruz redentora de
Jesus temos o dever de lutar pela preservação da nossa casa/terra.
O capital (poder financeiro) tem
cada vez mais fome de dinheiro e lucro. A palavra preservação e proteção
ambiental torna-se um obstáculo ao chamado “progresso” (concreto, asfalto e
aço). Observem a “política” do governo atual que ameaça as demarcações de
terras, a preservação das nossas florestas (ecossistemas) e dos nossos povos
originários, pondo ainda mais em risco o nosso futuro em nome do lucro e da
ambição. Muito cuidado com a bela propaganda que diz que agro é tech, é pop, é
tudo. Este agro que eles falam não respeita os pobres, pequenos
agricultores/pescadores/seringueiros, povos originários, nem tampouco a Pachamama (Mãe Terra). Este “agro”
escraviza e só entende a linguagem do lucro e do dinheiro. Hoje o Brasil, em
nome da “produção” é um dos países do mundo que mais consome veneno/agrotóxico
em suas plantações. Muitos destes venenos já foram totalmente banidos em muitos
lugares do mundo.
Precisamos fazer nossa parte como
filhos e filhas de Deus. Pequenas atitudes que podem redundar em grandes mudanças.
Precisamos cuidar do lixo que produzimos (aves e animais marinhos estão
morrendo com o lixo plástico que levamos para nossas praias e
irresponsavelmente não recolhemos). Precisamos ser mais solidários com lugares
do mundo em que a água potável está se acabando. Precisamos deixar de consumir
tanto plástico e que tal, por uns meses a título de experimento, banirmos os
copinhos descartáveis da nossa comunidade de fé, trazendo de casa nosso próprio
copo?
Finalizo convocando todos e todas
que estarão de alguma forma lendo esta reflexão, para que possamos dar uma
resposta à natureza criada, que nas palavras do apóstolo geme e aguarda por
libertação vinda da nossa parte. Que a visão utópica do final do livro de
Apocalipse (revelação), sirva para embalar nossa luta pela preservação da vida
através da preservação a criação de Deus. Parafraseando o capítulo 22:1-3: “Já não
haverá maldição nenhuma, pois, onde o trono de Deus e do Cordeiro (Jesus) estão
localizados, correm rios de águas puras e cristalinas, sombreadas pela bela,
saudável e frutífera árvore da vida, cujas folhas servem de remédio/cura das
nações e seus frutos disponíveis o ano inteiro combatem toda fome”. Eu quero e
vou lutar pela preservação da Pachamama.
Vamos unir nossas mãos e cuidar da criação de Deus.
Do seu pastor e
amigo, Wellington Santos