SOU DA IBP, ESSA É MINHA IGREJA...
Quando
vejo o difícil cenário financeiro, com contas em aberto, salários atrasados,
compromissos que deixamos de cumprir por falta de recursos, quadro que se
repete mês a mês, revelando essa triste face da nossa IBP, penso no que isso
diz sobre a forma como expressamos o nosso comprometimento com o Reino de Deus,
com as outras pessoas, conosco mesmos.
Não
falo do “dizimar” ou “não dizimar”. Falo do cuidado com aquilo que dizemos
quando falamos “sou da IBP”, “essa é minha igreja”, e nessas declarações não
haver reflexo nem expressão do nosso amor e cuidado comunitários.
Amar
Deus sobre todas as coisas e amar as pessoas como amamos a nós mesmos, só tem
sentido e é possível, se o amor por nós mesmos for profundo e transbordante de
tal forma que nos liberte de toda insensibilidade, amargura, egoísmo,
descompromisso e descontrole presentes nas nossas vidas para que sejamos, de
falar e de fazer, uma IBP, Comunidade de Amor e Resistência verdadeiramente.
Uma
comunidade de pessoas esperançosas, caminhando pela fé naquilo que não nos é
possível pelas nossas limitações; zelosas, nas ações e atitudes práticas, como
expressão de um compromisso com o Reino tal, que cuidar das pessoas seja o
transbordar do cuidado mútuo que vivenciamos; amar as pessoas, seja o
transbordar do amor que nos move. E isso implica a forma como contribuímos para
a manutenção e sustento da nossa casa comum, porque se falhamos em cuidar da
casa que nos acolhe, como seremos capazes de fazê-la transbordar acolhimento,
cuidado, amor e tudo que apreciamos tanto receber, para quem precisar?
Tenho
pensado, venho orando e tento agir para que a minha contribuição por menor que
seja, sempre chegue e some-se com o pouco de mais alguém que tenha o mesmo
sentimento, e mais alguém, mais alguém... para que, se tivermos que pedir algo
a Deus, em oração, seja para vencermos os desafios intransponíveis, impossíveis
sem o seu auxílio, não para vencer as dificuldades ocasionadas pela nossa
omissão e descompromisso com o cuidado do nosso corpo, da nossa casa, da nossa
comunidade e do mundo para o qual Ele nos criou para cuidar.
Deus
já nos dá tudo que precisamos, a sua graça nos basta. Nós só precisamos
compartilhar dessa graça, cuidar, amar... e nada nos faltará.
Roberto Barboza