25/10/2019

Boletim Dominical 27/10/2019


SONHANDO ACORDADO
Joel 2:28

            Num momento de crise profunda vivida no tempo do profeta Joel, uma mensagem dos céus veio até ele que dizia: E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.” (Joel 2:28). Enquanto orava e pensava sobre o que escrever nesta pastoral dominical, lendo e assistindo todas as notícias que nos acometem de perto e de longe ao mesmo tempo, notícias que vão de tragédias/crimes ambientais (óleo derramado de forma criminosa no litoral nordestino) até carreta abandonada com 39 pessoas encontradas mortas em Londres, me peguei sonhando acordado com nosso mundo, país e comunidade de fé.
            Sonhei com um mundo onde as fronteiras fossem abertas e o trânsito entre pessoas estivesse liberado como irmxs que transitam de um lado para outro sem constrangimento e/ou perseguição;
            Sonhei com um mundo onde as pessoas transitassem de um lugar para o outro não por conta das guerras, genocídios silenciosos, fome e falta de recursos hídricos. Transitassem para conhecer e visitar outrxs irmxs à exemplo de uma pequena parcela da população em suas viagens de turismo;
            Sonhei com um mundo em que o estrangeiro e imigrante fosse tratado com amor, consideração, respeito e amizade (Mateus 25:35b). Não como um inimigo em potencial que precisa ser expulso e destruído;
            Sonhei com um país unido em torno do cuidado dos mais pobres, da natureza, dos valores éticos que defendem a justiça e a dignidade. E não um país dividido em legendas partidárias e torcidas organizadas que se odeiam e querem se destruir mutuamente;
            Sonhei com um país em que as diferenças de credo/religião, diversidades sexuais e raciais não fossem um problema em si, e sim, um motivo de celebração pela beleza da multiplicidade e diversidade como a vida se manifesta;
            Sonhei com um país em que a solidariedade e o amor venceriam o individualismo e o ódio, dando lugar ao bem-viver para todxs;
            Sonhei com uma comunidade de fé em que todas as pessoas seriam acolhidas e amadas pelo simples fato de serem pessoas amadxs pelo Criador (João 3:16; Gálatas 3:26-28);
            Sonhei com uma comunidade de fé em que os seus ministérios (Crianças, Abapi, Jubapi, Manacás, Barnabés, Negritude e Boa Idade) dialogam entre si, buscando comunitariamente, como irmxs que se amam e buscam a melhor forma de servir, juntxs ao nosso Deus;
            Sonhei com uma comunidade de fé que ama de todo coração à missão que lhe confiada pelo próprio Deus (Mateus 16:18), através de uma entrega plena de recursos financeiros e mais ainda, de uma entrega pessoal e cheia de compromisso com a sua comunidade local de fé.
            Estes foram alguns dos meus sonhos acordados. Creio no derramamento do Espírito prometido em Joel 2:28 e repetido em Atos 2:17, 18. Oro para que todas as pessoas de todas as idades sejam banhadas e plenas do Espírito/Ruah de Deus, sonhando comunitariamente os sonhos de Deus para perto e para longe. Quais os seus sonhos para nosso mundo, país e comunidade de fé? Será que estou sonhando sozinho? Sonhemos juntxs os sonhos de Deus, pois, assim a vida será melhor para todxs.

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos



18/10/2019

Boletim Dominical 20/10/2019

OLHOS FIXOS NA MISSÃO!
“Galileus (Família IBP), por que vocês estão olhando para o céu?” Atos 1:11ª

            Na última quinta-feira, 17 de outubro, juntamente com minha parceira de vida e ministério, completamos 26 anos à frente da Família Batista do Pinheiro como seus pastores. Neste mesmo dia, iniciamos nossas conversas sobre a segunda etapa do planejamento que iniciamos em Maio/2019, com a assessoria do Paulo Ueti. Neste dia, esteve reunido o grupo que estava pensando a formação educacional e teológica da nossa comunidade para os próximos anos.
            Estamos às portas de completar, enquanto igreja organizada oficialmente (21 de março de 1970), 50 anos de organização e existência, proclamando o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré, com todas as suas implicações no campo da justiça, dignidade, paz, alegria e amor que poderíamos dizer, seria uma síntese do Reino de Deus anunciado por Jesus (Romanos 14:17).
            Uma tendência perigosa que corremos enquanto comunidade do Reino é ficarmos embevecidos(as) pelo passado, juntamente com aquelas realizações que consideramos bem sucedidas. Perigo de sermos tomados(as) por um saudosismo paralisante que pode nos levar a ficarmos com os olhos fixos nos “céus”. O texto acima relata exatamente o alerta aos discípulos(as) de Jesus, feito pelos dois homens misteriosos vestidos de branco (Atos 1:10b).
            No livro de Atos, escrito por Lucas, o texto inicia com a visitação do ressuscitado Jesus aos seus seguidores (Atos 1:1-3). Nesta visita que seria sua última aparição antes de ser elevado aos céus, Jesus lhes dá orientações e faz uma promessa: “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8). Segundo a narrativa bíblica, logo após esta promessa Jesus foi elevado à presença de Deus. Neste momento, os(as) discípulos(as) ficam paralisados(as) perante tal cena grandiosa, esquecendo-se da ordem missionária que lhes foi dada (Atos 1:10a).
            Sei que é difícil deixar o que passou para trás e seguir caminhando. Sei que é muito difícil se reinventar depois de tantas lutas com algumas derrotas e vitórias. Sei que é difícil praticamente reiniciar tudo novamente como se fosse a primeira vez, sendo que depois de tantas andanças e embates, estamos mais cansados(as) e meio desanimados(as). O problema é que o Reino de Deus não se constrói olhando para trás e/ou fixando os olhos no céu, numa tentativa desesperada de congelar o presente. Não temos opção: Ou desistimos ou seguimos em frente. Qual sua opção?
            Estamos mergulhados(as), neste momento, em busca de respostas do alto para nossa comunidade, que tem uma missão a cumprir, em obediência Aquele que é o Autor e Consumador da nossa fé (Hebreus 12:2). Segundo o escritor Rubem Alves, eu e a pastora Odja não temos mais 26 anos de ministério como líderes desta linda família de fé, nem tampouco a IBP tem mais 49 anos e 7 meses de existência. Quantos anos ainda temos pela frente enquanto líderes desta amada igreja e quantos anos tem a Família IBP para cumprir sua missão, é um mistério reservado ao Senhor da história (Marcos 13:32). Sigamos unidos(as), com os olhos fixos na missão, em obediência ao Aba (Marcos 14:36a), que nos confiou tamanha responsabilidade.

Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos




17/10/2019

26 ANOS DE MINISTÉRIO DO PR. WELLINGTON E DA PRª. ODJA NA IBP



Hoje, comemoramos mais um aniversário de ministério da nossa querida Prª. Odja e do nosso querido Pr. Wellington. Mais do que comemorações, hoje é dia de orar e agradecer a Deus por suas vidas, pelo seu ministério e por todas as sementes plantadas nesses 26 anos, que hoje são frutos preciosos.
Você que está conosco há muito tempo sabe, mudamos muito. Passamos por diversas fases. Enfrentamos diferentes desafios. Sofremos, vencemos, perdemos, continuamos. Mas chegamos até aqui com uma sensação gostosa: amadurecemos. Você que chegou na IBP há pouco, parabéns. Hoje somos muito melhores do que nos primeiros anos. Estamos mais preparados para o diálogo com diferentes, mais engajados para debater questões relevantes para a vida, mais articulados em perceber a beleza e mais desejosos de encarnar Jesus nesta geração. A IBP tem se firmado como porto acolhedor, janela arejada. Sentimo-nos honrados. Somos membros de uma viva comunidade de fé. Sentimo-nos estimulados com as histórias que ouvimos de muitas pessoas que se sentem curadas de uma religiosidade doente e adoecedora.
Aqui experimentamos o renovo da nossa fé e vemos o nosso amor a Deus ganhar novas forças. Aqui fomos e continuamos sendo estimulados a viver uma espiritualidade sadia, leve, livre de neuras. Aqui encontramos uma igreja inquieta, pensante e pulsante, acolhedora e desafiadora – indiscutível espaço de reflexão e de vanguarda no cenário cristão brasileiro. Como membros dessa igreja que amamos tanto, carregamos no peito um misto de orgulho e de imensa alegria ao vê-los completando mais um aniversário de ministério e cumprindo seu papel de anunciar o Reino de Deus de forma tão sublime e corajosa.
Com o seu testemunho, sentimo-nos sempre dispostos a prosseguir. Sabemos que esse ministério devolveu entusiasmo para muitas pessoas. Sorrimos, ao perceber o orgulho de alguns dizendo: Esta é minha igreja. Por isso, Prª. Odja, Pr. Wellington, ALELUIA! Toda glória, toda honra e todo louvor, dedicamos a Deus por suas vidas e pelos seus 26 anos de ministério na IBP, que hoje celebramos.

Escrito pelo Vice-Presidente Roberto Barboza



11/10/2019

Boletim Dominical 13/10/2019


IRMÃ DULCE E DOM HELDER CÂMARA
“Disse Jesus: tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer”. Marcos 8:2

            Neste domingo, a irmã Dulce (nordestina nascida na Bahia), conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”, será beatificada pela Igreja Católica em Roma. A partir de hoje, formalmente, esta frágil mulher que dedicou sua vida inteira a cuidar dos excluídxs das ruas de Salvador-BA, finalmente será sagrada “Santa” conforme a fé e as regras da sua igreja. Exemplo fantástico de vida e de prática para uma sociedade ensimesmada e apaixonada pelo sucesso e aplauso. Minha oração é que surjam outras irmãs Dulces desejando, despretensiosamente, servir àquelxs que estão esquecidxs pelas políticas públicas e oportunidades desta vida.
            Quero aproveitar para trazer à nossa memória outro nordestino nascido no Ceará que, a exemplo da irmã Dulce, chamou a atenção do mundo pelas suas inúmeras obras de caridade e da sua luta em defesa daquelxs empobrecidxs do seu tempo. Dom Helder Câmara, foi Arcebispo de Olinda e Recife, dedicando todo seu arcebispado aos empobrecidxs destas duas cidades. O problema talvez da luta de Dom Helder, diferente da luta e dedicação da Irmã Dulce, é que ele não se limitou a alimentar aos famintxs. Ele dizia: “Quando dou comida aos pobres me chamam de santo. Quando pergunto a causa da fome me chamam de comunista”. Muito provavelmente, a grande maioria dos católicos destes últimos dias veem na vida da Irmã Dulce algo a ser seguido, já na vida de Dom Helder nem tanto.
            A compaixão pelos que passam fome não pode se limitar a apenas alimentá-lxs. A máquina de produzir miséria do sistema majoritário capitalista selvagem em voga no mundo, não para de moer gente e de lançá-lxs na rua da amargura. Tudo que o sistema precisa é de “santxs” obedientes, “distantes da política” que restrinjam suas ações ao campo da “caridade” sem fazer perguntas e denúncias incômodas (Amós 4:7, 10-15a, 21-24). Precisamos desenvolver uma compaixão que nos mova a - com uma mão compartilhar misericórdia através da partilha imediata do socorro a quem está na beira do precipício social e com a outra mão lutar para estancar a produção da miséria e exclusão através do acúmulo do capital nas mãos de uns poucos (Ler matéria do Jornal El País no brasil.elpais.com: “Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade da população mais pobre”).
            Concluo esta breve reflexão indagando: Devemos seguir apenas o bom exemplo da Irmã Dulce só agora, declarada santa para cúpula romana da sua igreja? O exemplo de Dom Helder Câmara deve nos desafiar em algo para além da caridade refletida tão somente no enfrentamento das necessidades imediatas sem fazer nenhum tipo de reflexão e luta que importune os senhorxs da Casa Grande? A comunidade IBP, através dxs pastorxs e missionárixs, na sua visão seriam consideradxs santxs ou “comunistxs” pela opinião pública vigente nestes últimos tempos em nosso país? A comunidade IBP, através dxs pastorxs e missionárixs, devem se limitar a acolher as vítimas da violência, fome e abandono, sem querer saber as causas para serem considerdxs santxs pela opinião pública ou continuar fazendo perguntas incômodas e denunciando as estruturas que produzem a opressão, mesmo que para isto sejam consideradas de forma pejorativa “comunistxs” pelo fato de se negarem a serem bons(as) religiosxs que diminuem a fome por um lado e abraçam quem a produz por outro?
            Confesso que não tenho vocação nem condições de ser considerado “santo”, com todo respeito, pela escola da Irmã Dulce. Que sejamos tomadxs de compaixão na luta para acabar com a fome e a exclusão, a exemplo da Irmã Dulce. Ao mesmo tempo, estejamos prontxs a ser tomadxs por uma compaixão profética cheia de indignação contra aquelxs que produzem a miséria e a fome, perguntando a causa e denunciando quem a produz, a exemplo de Dom Helder. Que Jesus de Nazaré que não se acovardou com a cruz, seja nossa inspiração na luta e missão de alimentar os famintos e de denunciar os que produzem a fome. Nem “santxs” nem “comunistas”, apenas servxs de Jesus de Nazaré.
Do seu pastor e amigo, 
Wellington Santos



04/10/2019

Boletim Dominical 06/10/2019


HORTA COMUNITÁRIA, EXEMPLO DE CUIDADO DA CRIAÇÃO E ESPÍRITO SOLIDÁRIO EM TEMPOS DE EGOÍSMO E VIOLÊNCIA SIMBÓLICA!!!
(I João 3:18)

            No último sábado, enquanto viajava para visitar a Congregação de Zé da Rocha (Junqueiro-AL) e realizar um casamento em Arapiraca, algo aparentemente simples e potencialmente revolucionário acontecia no pequeno condomínio onde moro desde 2003 no Tabuleiro. Três moradores do condomínio, guiando um carrinho de mão recheado de hortaliças fresquinhas e sem agrotóxicos, faziam a entrega generosa e carinhosa de porta em porta da primeira colheita da horta, denominada por elas e eles que plantaram e cuidaram de comunitária. Na hora da primeira colheita, decidiram socializar com todos(as) os(as) moradoras e moradores. Eu por exemplo, lembro-me de apenas incentivar, elogiar e apoiar a iniciativa, entretanto, colocar a mão na massa eu não coloquei.
            Quando retornei de viagem e ouvi o relato através da minha filha, fui reportado a pensar que o Evangelho (Boa Nova) sonhado e propagado por Jesus de Nazaré se encontra vivo, apesar da religiosidade tóxica de alguns que confundem espiritualidade evangélica com vida centrada em templos, regras e rituais. Fiquei pensando na afirmação da Primeira Epístola de João 4:7, 8 que diz: “Aquele(a) que ama conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Este ato foi sem sombra de dúvidas um ato de amor à Deus. Pois, compartilhar com generosidade, alimentar um espírito solidário e comunitário é uma demonstração viva de amor e de que entendeu que a oração que Jesus de Nazaré nos ensinou como base em Mateus 6:9-15, só tem sentido pleno se o Pai/Mãe forem Nosso à exemplo do Pão (“Pai/Mãe Nosso(a) que estais nos céus...O Pão Nosso de cada dia...).
            Este final de semana nossas crianças se reuniram para conversar acerca da responsabilidade com o cuidado da criação de Deus, tendo como tema do Acampamento: Crianças na Missão, cuidam da Criação. Desde sexta-feira, elas estão debruçadas sobre o cuidado com o que nosso Deus chamou de bom (Gn. 1:31), sua bela e maravilhosa criação. Em tempos de queimadas, exploração do meio ambiente de forma irresponsável, destruição dos biomas, agrotóxicos nada Pop envenenando nossas mesas e comprometendo nossa saúde e futuro nesta terra criada e amada por Deus, indago: Quem cuida mais da criação? Os(as) que de bíblia em mãos vomitam textos sagrados em defesa disto e daquilo de forma conservadora e fundamentalista ou aqueles(as) que de forma simples e discreta, sem maiores pretensões, plantam uma horta debaixo do sol escaldante da nossa cidade para depois compartilhar com todos e todas de forma generosa? Os que plantam hortas comunitárias juntam-se aos que lutam em defesa de uma vida digna para todos(as) independentemente da cor da sua pele, condição sexual, intelectual, econômica, religiosa e etc.
            Quem sabe podemos nos espelhar no exemplo dos(as) vizinhos(as) do condomínio onde moro para de forma prática, reeditarmos o plantio de uma pequena e comunitária hortinha, que seria administrada por nossas crianças no terreno que pertence à nossa igreja? Já vivemos esta experiência, precisamos retomá-la. Amor não se mostra em palavras, e sim, em atitudes como nos afirma as escrituras em I João 3:18, que diz: “Filhinhos(as), não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.”

Do seu amigo e pastor,
Wellington Santos




03/10/2019

ESCOLA ECUMÊNICA DE FÉ E POLÍTICA - MÓDULO 3 📖

A Escola de Fé e Política Rosa Parks estará realizando seu III módulo, com o tema: HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. 

Nosso facilitador na ocasião será o Professor CÍCERO FERREIRA DE ALBUQUERQUE, da Universidade Federal de Alagoas. Cícero é graduado em história, mestre em sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco e doutor em ciências sociais pela Universidade Federal de Campina Grande.

O investimento é de apenas R$ 20,00. As inscrições podem ser feitas no dia do evento que ocorrerá na Igreja Batista do Pinheiro localizada na rua Miguel Palmeira, 1.300, Pinheiro, Maceió/ AL. Contato pelos celulares: 9.8885-2096 e 9.9620-8218