03/08/2018

Boletim Dominical 05/08/2018


AS CASAS DA NOSSA MISSÃO

Marcos Monteiro

O tema da campanha da nossa igreja “Nossa missão começa em casa” me despertou perguntas, lembranças e imagens. A pergunta óbvia “qual é a minha missão e qual é a minha casa?”. É o ponto de partida para a seguinte “qual é a nossa missão e qual é a nossa casa?”
A primeira casa de que lembro é uma casa grande, com quintal, goiaba e laranja, em que fui acolhido por minha mãe, D. Honorina, luminosa como o sol, e por meu pai, o pastor Pedro, misterioso como a lua. Irmãs e irmãos foram chegando e dividindo os quartos, até sermos sete. Com papai e mamãe, nove, e com quem mais fosse aparecendo para almoçar, jantar ou dormir, não dá pra contar.
Deus e Jesus moravam lá também, mas eram invisíveis. Mesmo assim falávamos com ele nas refeições, na hora de dormir e nos cultos domésticos de todo dia, e que eram muito alegres. Mamãe explicava que Deus estava em todo lugar, raramente lembrávamos, mas Mary Ruth não brandia demais uma vassoura para evitar de machucar Deus. Deus morava mesmo na casa vizinha, na Igreja, lugar de adulto falar e de criança cantar e correr. Deus não se incomodava e até sorria e gostava.
Lembrei dessas coisas e lembrei do texto de Marcos 10:29-30, Jesus dizendo que quem deixou casas por amor do Reino receberá cem vezes mais e fiquei com vontade de contar as casas que deixei e as casas que ganhei e foram muitas. Eu me sinto em casa em muitas casas. Essas duas primeiras, na cidadezinha de Boquim/Sergipe, foram o meu primeiro mundo e hoje, posso pensar que o mundo é minha casa.
Minha missão é cuidar das casas de Deus e hoje as minhas duas casas mais próximas são a casa de Seu Jorge e Cleide, minha esposa, e a Igreja Batista do Pinheiro, casa de Deus e minha igreja. Aprendi muito naquelas duas casas originárias, novas visões econômicas, relacionais e políticas, que meus pais chamavam de evangelho, enquanto contavam histórias da Bíblia, especialmente as de Jesus. Gosto muito das minhas novas casas, onde continuo aprendendo sobre o evangelho, e sofro quando acho que não estou cuidando bem delas. Bem, é a partir de tudo isso que procuro todo dia, sob o sopro da Divina Ruah, respostas mais concretas e mais específicas para essas perguntas: “Qual é a minha missão?” e “Qual a nossa missão?”. Ou “Como cuidar melhor de nossas casas?”.