AS CASAS DA NOSSA MISSÃO
Marcos Monteiro
O tema da
campanha da nossa igreja “Nossa missão começa em casa” me despertou perguntas,
lembranças e imagens. A pergunta óbvia “qual é a minha missão e qual é a minha
casa?”. É o ponto de partida para a seguinte “qual é a nossa missão e qual é a
nossa casa?”
A primeira
casa de que lembro é uma casa grande, com quintal, goiaba e laranja, em que fui
acolhido por minha mãe, D. Honorina, luminosa como o sol, e por meu pai, o
pastor Pedro, misterioso como a lua. Irmãs e irmãos foram chegando e dividindo
os quartos, até sermos sete. Com papai e mamãe, nove, e com quem mais fosse
aparecendo para almoçar, jantar ou dormir, não dá pra contar.
Deus e
Jesus moravam lá também, mas eram invisíveis. Mesmo assim falávamos com ele nas
refeições, na hora de dormir e nos cultos domésticos de todo dia, e que eram
muito alegres. Mamãe explicava que Deus estava em todo lugar, raramente
lembrávamos, mas Mary Ruth não brandia demais uma vassoura para evitar de
machucar Deus. Deus morava mesmo na casa vizinha, na Igreja, lugar de adulto
falar e de criança cantar e correr. Deus não se incomodava e até sorria e
gostava.
Lembrei
dessas coisas e lembrei do texto de Marcos 10:29-30, Jesus dizendo que quem
deixou casas por amor do Reino receberá cem vezes mais e fiquei com vontade de
contar as casas que deixei e as casas que ganhei e foram muitas. Eu me sinto em
casa em muitas casas. Essas duas primeiras, na cidadezinha de Boquim/Sergipe,
foram o meu primeiro mundo e hoje, posso pensar que o mundo é minha casa.
Minha
missão é cuidar das casas de Deus e hoje as minhas duas casas mais próximas são
a casa de Seu Jorge e Cleide, minha esposa, e a Igreja Batista do Pinheiro, casa
de Deus e minha igreja. Aprendi muito naquelas duas casas originárias, novas
visões econômicas, relacionais e políticas, que meus pais chamavam de evangelho,
enquanto contavam histórias da Bíblia, especialmente as de Jesus. Gosto muito
das minhas novas casas, onde continuo aprendendo sobre o evangelho, e sofro
quando acho que não estou cuidando bem delas. Bem, é a partir de tudo isso que
procuro todo dia, sob o sopro da Divina Ruah, respostas mais concretas e mais
específicas para essas perguntas: “Qual é a minha missão?” e “Qual a nossa
missão?”. Ou “Como cuidar melhor de nossas casas?”.