26/10/2018

Boletim Dominical 28/10/2018


SOMOS COMUNIDADE DO EMANUEL, DEUS CONOSCO
“A Jovem se encontra grávida e terá um filho cujo nome será Deus conosco”

Encerrado o período da campanha presidencial, onde o nome de Deus e da fé estiveram tão em evidência, seja qual for o resultado das urnas no dia de hoje, devemos como povo chamado cristão, fazer algumas perguntas: “Qual Deus e quais crenças expressamos nessa campanha? Qual Deus revelamos através da nossa atuação como eleitor e eleitora cristão e cristã? Estivemos grávidos e grávidas de que fé e de que crenças nesta campanha eleitoral? Que Deus e que crenças parimos com o nosso voto?
Toda eleição começa como uma gravidez. A gravidez de um projeto político para o País. Como o voto expressamos “o filho” (projeto de País) que queremos que nasça para todos os cidadãos brasileiros e cidadãs brasileiras. Não apenas os candidatos e candidatas, partidos, mas cada eleitor e eleitora está ou é engravidado por um projeto que não deveria ser para si mesmo, mas para toda uma nação.
O texto acima citado é de Mateus 1:23: “A Jovem se encontra grávida e terá um filho cujo nome será Deus conosco”. O nome Emanuel é de origem hebraica formada de duas palavras: “EL (Deus) + “Immanu (Conosco) = Deus conosco!  (Isaías 7:14 e 8:8 e Mateus 1:23).  Diferente, de um Deus acima de todos, o Emanuel é Deus-conosco! Deus que se fez gente e habitou entre nós, no meio de nós (João 1:14). Emanuel é o Deus que renunciou todos os privilégios divinos, esvaziou-se e baixou na condição de “servo” (Filipenses 2). Emanuel não é o Deus que sobe, mas que desce em favor do povo:  “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo” (Êxodo 3:7, 8). Bendita gestação! Bendito fruto do ventre de Maria! Dela nasceu Jesus, o projeto de Deus de amor para toda humanidade!
            Irmãos e Irmãs, o meu convite nesta manhã, é que façamos um exame de nossa fé e de nossas crenças. Não sabemos o que virá, mas devemos desde já perguntar diante de Deus, o que essa campanha revelou sobre mim e sobre você, enquanto cristã/cristão? Que sentimentos nos moveram nesta campanha? Que compromissos ou preconceitos expressamos com o nosso voto?  Que tipo de conteúdo permitimos entrar e reproduzir em nossas redes sociais como um cristão/cristã? Enfim, que “filho” nós parimos nestas eleições com nosso voto?
            Somos comunidades do Emanuel, Deus conosco e isso deve se expressar em nossa atitude como cidadãos e cidadãs. Não podemos jamais, a despeito das nossas diferenças negar a base da nossa fé que está em João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho (O Emanuel) para que todo aquele/aquela que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O amor é a base da fé cristã. Portanto, que o amor seja o critério da nossa cidadania diária, não apenas na campanha, mas na vida e no voto!
Concluo com as palavras do Oscar Romero, bispo salvadorenho que lutou a causa da justiça e dos pobres oprimidos pela ditadura salvadorenha e que teve sua voz silenciada por um tiro certeiro enquanto celebrava a missa em 24 de março de 1980. Dizia o santo Oscar Romero: “Uma religião de missa dominical e de semanas injustas não agrada ao Deus da vida. Uma religião de muita oração/reza, mas de hipocrisia no coração, não é cristã”. E ainda dizia: “O cristão/A cristã, se não viver o compromisso de solidariedade com o pobre, não é digno de chamar-se cristão/cristã. Uma Igreja que não se une aos pobres para denunciar, a partir deles, as injustiças que se cometem contra eles, não é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo”.
Que a despeito do que virá, sejamos comunidade do Emanuel Deus-conosco! 


AVISO


22/10/2018

Espaço das Possibilidades

Você adolescente do Pinheiro, já sabe que carreira profissional seguir?
A coordenação do ministério dos Adolescentes Batista do Pinheiro (ABAPI) está organizando o “Espaço das Possibilidades”.
Vários profissionais e acadêmicos estarão contando suas experiências e tirando as dúvidas de todos(as).
LOCAL: Salão Didaqué - IBP
DATA: 27/10/2018 - Sábado
HORÁRIO: 18h
Leve seus amigos e seu pratinho para compartilharmos!! 
Participe!!!

19/10/2018

Boletim Dominical 21/10/2018


SER IGREJA – FAZER IGREJA: O QUE APRENDEMOS NESSES 25 ANOS DE MINISTÉRIO DA PRª ODJA E DO PR. WELLINGTON?
  
Fazer igreja é diferente de ser igreja. Alguns amigos que não participam de igrejas, aqui e acolá brincam e exclamam: “Um dia vou abrir uma igreja para ficar rico!”  Sorrio e respondo: “Vai nessa. Se você pensa que igreja é para isso e que é simples assim, pago para ver”. Esses e outros incidentes mostram que as pessoas que não participam de uma igreja não têm a menor ideia do que é igreja. Às vezes, nem mesmo nós que estamos aqui sabemos.
Existem duas igrejas: a Igreja com “I” maiúsculo, que segundo a Bíblia é cada um que crê e serve a Deus, pedras vivas, um mais um, que unidos formam a Igreja Universal de Cristo. Pessoas que um dia tiveram um encontro forte pessoal com Deus e aceitam o fato de que Jesus é Deus encarnado que veio ao mundo para se mostrar à humanidade. Ele sofreu preconceitos, insultos, incompreensões, tentações como nós e morreu na cruz por suas ideias e posições diante de um mundo religioso e político conturbado. Quando eles esperavam um libertador político e guerreiro, Cristo veio anunciando paz, perdão, não violência e princípios muito mais profundos e difíceis do que simplesmente seguir a Letra da Lei que os religiosos obrigavam a seguir na época em que Cristo esteve entre os seres humanos.
E, existe a igreja, denominada assim com templos, pessoas que se reúnem para louvar a Deus, aprender mais sobre Deus e formar uma comunidade para várias atividades. Essa igreja que pode ser de várias denominações, isto é, vários nomes por maneiras diferentes de pensar suas doutrinas da interpretação da Bíblia, maneira de administrar, com vários líderes. Aí é que o negócio encrenca.
A sociedade precisa de vários tipos de pessoas: sacerdotes, médicos, psicólogos, comerciantes, comerciários, etc. Sacerdotes de qualquer religião são necessários. Eles ensinam sobre Deus, visitam os enfermos, incentivam as pessoas a ser melhores pessoas por seguir alguns princípios divinos, ministram em enterros, fazem sacramentos de casamentos, servem a Ceia, etc. Estudam, dão seminários, palestras, aconselham pessoas em crises existenciais ou familiares. Enfim, quem acha que os sacerdotes, pastores ou líderes de igrejas não trabalham precisaria passar 24 horas com eles ou elas para verem o corre-corre diário de cada um(a).
Por que estas explicações? A Igreja Batista do Pinheiro é uma dentre inúmeras igrejas no Brasil. Em qualquer lugar onde seja representada, ela tem tentado ser o que se propôs: uma igreja reflexiva, amorosa, acolhedora e que não fala somente o que as pessoas gostariam de ouvir, mas o que precisam para continuar sua caminhada rumo a ser um melhor ser humano em todas as áreas de sua vida. Seus líderes estudam incansavelmente, questionam, reúnem-se para discutir temas considerados “as vacas sagradas do evangelicalismo”.  Não têm medo de pensar e nem creem que ter fé é deixar de lado a razão e o meditar nas profundidades dos temas difíceis. Crer não é deixar de pensar, e nem pensar é pecado. Isto é, você não transgride nem ofende a Deus pelo fato de duvidar, questionar e tentar entender a complexidade da vida e da presença ou não de Deus em circunstâncias consideradas absurdas pela maioria.
Fazer igreja ser Igreja não é nada fácil. Exige das pessoas menos egoísmo, mais altruísmo, morrer também para alguns mitos e enfrentar a realidade da vida. Ouvir falar sobre Deus e levantar as mãos na hora de cantar hinos a Deus é muito fácil, mas de segunda a sexta, quando alguns desejos se instalam e as pessoas têm que escolher entre os princípios da Bíblia e seu ego, seus sentimentos egoístas, aí sim, o verdadeiro cristianismo se revela.
Por isso, Pastora Odja e Pastor Wellington, obrigado por persistirem em querer nos estimular a sermos Igreja, antes de querermos fazer igreja. A sermos uma pedra viva, unida a muitas outras, amando a Deus acima de todas as coisas e ao próximo da mesma maneira que amamos esse Deus.  E assim, sermos o shalom, a paz da inteireza pela qual todo ser humano anseia.
Completamos 25 anos juntos na IBP e celebramos a existência e perseverança desse ministério, caminhada difícil, mas gratificante!  Louvado, louvado e louvado seja Deus pelas suas vidas, agora e sempre. Amém!




11/10/2018

Boletim Dominical 14/10/2018


NOSSA MISSÃO COMEÇA EM CASA ATRAVÉS DO CUIDADO COM NOSSAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
(Lucas 7:11-15)

                Na última sexta-feira celebramos mais uma vez o dia das crianças. O famoso 12 de outubro. É bem verdade que nossas crianças estão cada vez mais desenvolvidas e espertas, longe daquelas crianças da minha geração que brincavam de bola de gude, pião, queimado, carrinho-de-pau, pneu, pipa e tantas outras coisas criativas. Claro que já existiam os brinquedos chiques e sofisticados, entretanto, quem foi pobre como eu não sentia falta alguma destas coisas, até porque, ou não conhecia ou não tinha acesso.
                Parece que a “inocência” e a “pureza” infantil estão cada vez mais raras. Discute-se se o culpado disto seriam as novas propostas educacionais que visam educar e evitar que crianças se tornem adultos cruéis e preconceituosos. Todavia, é sempre bom lembrar que a erotização precoce das nossas crianças, por exemplo, vem acontecendo sorrateiramente com os “programinhas infantis” televisivos e nossas “musiquinhas inocentes” que transformam precocemente crianças em adultos esquizofrênicos e maliciosos.
                Outro ponto em questão é sobre a violência. Há os que defendem a diminuição da maioridade penal por exemplo, como forma de diminuir a violência e de punir nossas crianças e adolescentes, que na visão destes são marginais de alta periculosidade. Penas iguais as dos adultos e quem sabe em breve até pena de morte. O nome disto é limpeza étnica. Até porque, ninguém de bom senso acredita que um jovem branco e de classe média alta que cometa um crime igual a tantos já cometidos em nossa cidade, serão punidos firmemente e com a mesma dureza da lei como os jovens delinquentes negros das nossas periferias.
                Observar especialistas em segurança pública apoiar este tipo de proposta e políticos que jogam para a torcida em busca de votos, pois julgam que seus filhos e filhas estarão livres das consequências das suas decisões, chega a ser compreensível. Agora ver líderes cristãos e pastores evangélicos juntos com membros de igrejas, defendendo este tipo de coisa é que soa profundamente estranho. Que a sociedade esteja “cansada” de lutar por aqueles e aquelas que julgam casos perdidos, logo descartáveis, já é inaceitável. Agora a Igreja de Jesus que deveria ser o último bastião de Amor, Esperança e Resistência para abraçar aqueles e aquelas que ninguém quer abraçar e acalmar os corações dos incrédulos no poder de Deus em recuperar pessoas é que se torna profundamente desalentador.
                No texto citado baseado no evangelho de Lucas, Jesus encontra uma mãe chorando no caminho para o sepultamento do seu filho único. O texto nos revela que Jesus no cortejo diz aquela mãe para não chorar e ressuscita o filho dela, devolvendo-o com vida aos seus braços. Quem era aquele jovem? Um bom filho? Um delinquente? Um jovem promissor e trabalhador? Um preguiçoso aproveitador? Seria ele viciado ou traficante? Seria aquele jovem heterossexual ou homossexual? O texto não nos diz nada acerca do jovem. O texto nos diz que nosso Mestre, nosso verdadeiro Mito e Salvador da Humanidade Jesus de Nazaré, se compadece daquelas lágrimas e restaura a felicidade àquela família (meio desajustada nas palavras atuais do candidato a vice-presidente Mourão, pois, aquele jovem era criado apenas por sua mãe).
                Que nossa igreja, representante do Reino de Deus que é justiça, paz e alegria (Romanos 14:17) não se canse, nem desista de chorar com os que choram e de abraçar e acreditar em todos aqueles e aquelas que ninguém mais acredita. Próximo final de semana teremos mais uma edição do nosso lindo Acampamento das Crianças. Creio que estamos tentando fazer a nossa parte. Não esqueça: Nossa Missão Começa em Casa Através do Cuidado das Nossas Crianças e Adolescentes.

Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos



05/10/2018

Boletim Dominical 07/10/2018


FOMOS ELEITOS PARA ELEGER
Marcos Monteiro


                Neste dia de eleição, como Igreja Batista do Pinheiro, misturei dois textos, I Pedro 2:9, onde somos descritos como povo eleito, chamados das trevas para a luz, e Mateus 5:13-16, em que somos chamados por Jesus para ser sal da terra e luz do mundo, e fiquei pensando que fomos eleitos por três votos, o do Grande Eleitor, o do Carpinteiro de Nazaré e o da Divina Ruah, para iluminar e salgar o mundo, começando por Maceió.
                Pensei que as primeiras comunidades de Jesus, eleitas como nós, não podiam eleger o imperador nem o senado romano, mas receberam a tarefa de iluminar e de salgar o mundo do império, estabelecendo-se como grupos de uma economia, uma política e uma vivência diferentes, provocando através de sua contracultura reações diversas, incluindo perseguições.
                Na atual sociedade, acrescentamos à responsabilidade da vivência a incumbência da eleição de deputados, senadores e do presidente da nação, e fazemos isso diante da tarefa para a qual fomos eleitos, sendo sal e luz. Lembrei de Pedro e outros pescadores salgando o seu peixe para melhor conservar e dar sabor, e considerei que salgar significa dar vida e sabor a quem mais precisa destes itens. Também imaginei as aldeãs de Nazaré, levando as suas tochas para caminhar com mais claridade, e pensei que elucidar propostas e caminhos, seria a nossa responsabilidade de eleitores eleitos por Deus, por Jesus e pela Ruah.
                Pessoalmente, tenho problemas com candidatos que falam muito em Deus, porque o Êxodo diz que não se deve tomar o nome dEle em vão, ou que se dizem escolhidos por Ele, porque me parece que a eleição dEle é para coletividades e comunidades. Se Deus vota em algum candidato eu não sei, até porque o voto é secreto, e não conheço o cartório em que registrou a procuração para alguém falar em Seu nome.
                Desse modo, vou tentar votar em candidatos que, nesse nosso imperialismo moderno, votem o mais próximo dos compromissos com milhões de pessoas necessitadas de mais vida e sabor, e vou exercer a minha lucidez para não ser manipulado por discursos interesseiros. No âmbito interno, a nossa igreja deve aprender a viver cada vez mais a economia da solidariedade, a política da igualdade e a cultura da celebração do amor.
                Ser Igreja Batista do Pinheiro é ser comunidade de muitos endereços. Lugar de celebração, de formação e de liturgias, na Rua Miguel Palmeira, e lugar espalhado por todos os lugares em que os seus membros vivem ou se movimentam. Sal e luz se esparramando, vida e capacidade de discernimento, evangelho que é anúncio e denúncia, vivência que deseja para a cidade e para o mundo a política da igualdade, a economia da solidariedade e a cultura da celebração do amor.
                Desse modo, como comunidade eleita pelo Grande Eleitor, pelo Carpinteiro de Nazaré e pela Divina Ruah, vamos eleger deputados, senadores e o presidente de nosso Brasil, com muita oração e esperança.