27/12/2019

Boletim Dominical 29/12/2019


PARA 2020, LHES DESEJO SIMPLICIDADE!
“Olhai as aves do céu...” Mateus 6:26a

            Estamos concluindo um ano difícil e cheio de estranhas expectativas, principalmente para quem sempre lutou pela defesa da vida, inspirados na boa nova de Jesus de Nazaré (João 10:10b) e preocupados com os desequilíbrios socioeconômicos. Lamentavelmente, em nome de uma economia liberal, direitos são flexibilizados e destruídos em nome do progresso para uma classe minoritária que sempre teve inúmeros privilégios em detrimento da maioria das(os) brasileiras(os) esquecidas(os) e empobrecidas(os) nesta longa história de desigualdades. Segundo pesquisas, as regiões norte e nordeste voltaram a apresentar números dolorosos de miserabilidade e de fome. Triste e dolorosa realidade.
            Continuemos lutando em prol da dignidade e justiça para todas as pessoas. Continuemos denunciando todo tipo de violência cometida contra a criação do nosso Deus. Continuemos lutando por uma vida decente, respeitosa e segura para todas as pessoas independente do seu credo, cor da sua pele e condição sexual. Continuemos sonhando com comida na mesa de todas as pessoas, lazer, cultura, segurança e direito a crer ou não crer para todas(os).
            Em 2020, quero lhes desejar, em meio a muitas coisas, uma que será fundamental para enfrentarmos nossos desafios pessoais e públicos: Simplicidade. Aprender com Jesus de Nazaré a contemplar as aves do céu que pode significar, procurar ser feliz através da contemplação das coisas simples e disponíveis no universo. Olhai as aves dos céus, olhai as crianças brincando, olhai os idosos com seus passos lentos e com sua sabedoria, olhai os mares, olhai e deixai se embriagar com as mudanças das estações (ainda que em nossa região sejam apenas duas: sol e chuva), olhai as flores e a beleza das matas, olhai as lágrimas silenciosas e reverentes diante do sofrimento e/ou das alegrias passageiras, olhai a Ruah soprando nas celebrações em que o Divino Deus é desejado e adorado com toda sinceridade e humildade de coração.
            Sejamos simples, vivamos com simplicidade este novo ano que se aproxima. Não acumule (Mateus 6:19a) nada que não vale a pena acumular. Para que acumular coisas e bens que ao final só nos rouba energia e paz? Se for para acumular algo que sejam amizades, abraços, pedidos de perdão, sorrisos, leveza, graciosidade e muito, muito amor no coração. Sejamos simples e vivamos com simplicidade permitindo que a Divina Ruah continue cuidando das nossas vidas e operando maravilhas que chamamos muitas vezes de milagres.
            Em 2020, com a permissão do nosso Deus, completaremos 50 anos de organização como igreja de Jesus de Nazaré. Meu desejo é que procuremos nos desviar de tudo aquilo que possa querer tirar nosso foco da simplicidade. Que celebremos bastante sem, no entanto, nos perder em opulências materiais, visando impressionar os que nos cercam. Que em todo o ano de 2020 nossas celebrações de gratidão ao nosso Deus pelos 50 anos da nossa comunidade de fé sejam marcadas pela graça, poder, partilha, comunhão, resistência, amor, simplicidade e a presença inequívoca da Divina Ruah entre nós.

Do seu pastor e amigo Wellington Santos


23/12/2019

CELEBRAÇÃO NATALINA DA RESISTÊNCIA E DO AMOR

Terça-feira (24/12), às 20h, na Rua do Arame. 
Vamos anunciar a chegada da Luz que é Jesus de Nazaré.
Nosso ponto de encontro será na IBP às 19h, para juntas e juntos caminharmos até a Rua do Arame. 




21/12/2019

Boletim Dominical 22/12/2019


NATAL DA RESISTÊNCIA E DO AMOR
“O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Mateus 1:18a

 “O nascimento de Jesus Cristo foi assim...” (Mateus 1:18a). O Evangelho de Mateus introduz a narrativa do nascimento de Jesus com essa expressão e segue, descrevendo a cena do nascimento de Jesus Cristo. Uma cena que é relembrada e celebrada a cada ano, e cada natal, há mais de dois mil anos por toda cristandade.  Uma cena que nos remete à situação presente no nosso País e no mundo: milhões e milhões de pobres, muitos famintos, crianças que já nascem ameaçadas pelas ordens dos poderes da morte, famílias migrantes que não recebem acolhida.  A cena do Natal remete à origem pobre e humilde de Jesus Cristo, nosso Salvador.  O Filho de Deus não quis nascer num palácio com tudo o que lhe pertenceria em pompa e glória. Não quis nascer em um templo com seus ritos, incensos, velas acesas e cânticos. Sequer buscou uma casa minimamente decente. Nasceu lá onde comem os animais, numa manjedoura em uma família pobre e trabalhadora, a caminho de um recenseamento imposto pelo imperador romano.
Ao escolher nascer nesta origem e condição pobre e humilde, o Filho de Deus quis passar a mensagem mais importante do Natal: Quem está longe das pessoas empobrecidas e excluídas, mesmo cristãos e cristãs mais piedosos(as), está longe do Emanuel, Deus conosco. Quem celebra o Natal de olhos e coração fechados para o sofrimento dos mais vulneráveis e empobrecidos não viverá a verdadeira alegria do Deus Conosco. Cabe sempre recordar a palavra que diz: “O que fizer ou deixar de fazer a estes meus irmãos e irmãs mais pequenos: os famintos, os sedentos, os encarcerados e os nus, foi a mim que o fez ou deixou de fazer” (Mt 25:40).
O Natal deveria trazer às comunidades cristãs uma dupla recordação:  Primeiro, a alegre recordação da escolha amorosa revelada no Emanuel, Deus conosco nascido, humildemente, em Nazaré da Galiléia e, segundo, a recordação do nosso compromisso de amor e solidariedade com aqueles e aquelas com quem, Deus, quis se identificar ao nascer entre os pobres e pequeninos. No entanto, o Natal tornou-se a festa da contradição e da superficialidade que denuncia uma fé e espiritualidade cristã vivida sem amor, sem compaixão e sem solidariedade. Que para nós, comunidade IBP, o tempo natalino, seja tempo de conversão e fidelidade às origens pobre e humilde do Natal da criança salvadora que nasceu em Belém de Nazaré, um natal de resistência e amor!

Pra. Odja Barros


13/12/2019


O NATAL QUE NÃO QUEREMOS VER
Mateus 2:16-18

Quando chega esta época, dizem as propagandas midiáticas que o “amor” fica exalando pelo ar. Músicas suaves, luzes iluminando nossas cidades e casas, ornamentações (simples e estilizadas), confraternizações variadas, presentes, jantares especiais e algo mais, ajudam a dar um tom mágico ao período natalino. Afinal de contas, num país declarado de maioria Cristã, o natal é (pelo menos deveria ser) a celebração do nascimento de Jesus Cristo, o salvador da humanidade.
Existe um natal que todos nós apreciamos e gostaríamos que se estendesse por todo ano. Talvez assim, em vez de contendas, brigas e disputas que vão das nossas casas, locais de trabalho e muitas vezes chegam até em nossos locais de culto, viveríamos um tempo estendido de harmonia, paz e relações mais amoráveis.
As narrativas natalinas contadas e recontadas ano a ano, já fazem parte do nosso imaginário, entretanto, algumas cenas das narrativas natalinas que encontramos nas escrituras são indigestas e talvez por isto, não fazemos muita questão de conhecer. Uma delas diz respeito à citação bíblica registada em Mateus 2:16-18. Nesta passagem bíblica, após o rei Herodes ser enganado pelos reis magos, tomado de fúria, determinou que todos os meninos abaixo de dois anos fossem mortos em Belém e arredores (v.16). Esta atitude fez cumprir uma triste profecia encontrada em Jeremias 31:15: “Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem” (v.v. 17 e 18).
No natal que não queremos, ver crianças pobres, negras e periféricas continuam sendo assassinadas pelos “Herodes” contemporâneos nas madrugadas da vida. Mães e pais choram a ausência dos seus filhos. No natal que não queremos ver, nossas opulências precisam ser justificadas com o “espírito” natalino de “Confra”, pois, afinal de contas não temos culpa da fome e desesperança que ronda a maioria das nossas famílias pelo mundo. No natal que não queremos ver, parece que a violência que coloca em risco as vidas de mulheres e LGBTQI+, especialmente pobres, durante todo o ano; fazemos questão de esquecer e de acreditar que isto não passa de devaneio da cabeça de alguns.
O natal é sim tempo de parar e refletir acerca do nascimento de uma criança especial, de família pobre e refugiada, que precisa nos primeiros dias de vida, se esconder e mudar de lugar às pressas para não ser assassinada logo ao nascer, a exemplo dos seus pequeninos irmãos em Belém (Mateus 2:16-18). Esta cena continua se repetindo e acontecendo todos os dias do ano, bem debaixo do nosso nariz.
Natal sem reflexão, lágrimas, silêncio, simplicidade, introspecção, solidariedade, compaixão e um desejo profundo de mudança de vida durante todo o transcorrer do ano, torna-se apenas mais uma festinha consumista, vazia, pagã e refém do deus capital que celebra a inutilidade do SER em detrimento da celebração do TER.
Gosto do natal, já gostei menos. Hoje procuro celebrar o natal com todas as suas dimensões de boas novas de alegria (Lucas 2:8-14) e não esconder dos meus olhos e emoções o natal de mães e pais chorando as injustiças do seu tempo (Mateus 2:16-18). Que de olhos e corações abertos para todas as cenas natalinas narradas nas escrituras, possamos ter uma mudança profunda de atitude diante da vida e do nosso semelhante.  

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos



08/12/2019

Mensagem Noite Domingo 08/12/2019


Mensagem de Encerramento EBI - Manhã Domingo 08/12/2019


Boletim Dominical 08/12/2019


NA ESCOLA DE JESUS
“Basta ao discípulo/discípula ser como seu Mestre” Mateus 10:25a


Nossas crianças celebram neste domingo a conclusão de um ciclo de três anos de estudos bíblicos, cujo objetivo maior foi inspirá-las e motivá-las a se tornarem alunos e alunas da escola de Jesus, buscando, tornarem-se cada vez mais “como seu mestre”.
O educador Paulo Freire escreveu no seu livro A Pedagogia do Oprimido que: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens (e mulheres) se educam entre si”. Inspirada nessa máxima freiriana, podemos afirmar que na escola de Jesus, ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os discípulos e discípulas de Jesus se educam entre si, através da prática comunitária do Evangelho.
Apesar de nos empenharmos como Escola Bíblica Infantil da IBP à transmissão e ensino da Palavra de Deus para nossas crianças, sabemos que o que fará, com que elas se tornem bons alunos e alunas de Jesus, será o aprendizado vivido no dia a dia da família e da comunidade de fé. Cada qual de nós, seremos os mestres e as mestras para quem nossas crianças estarão olhando e se espelhando. Na escola de Jesus, nunca deixaremos de ser aprendizes, portanto, nos dediquemos comunitariamente a sermos bons alunos e alunas, vivendo e praticando os ensinos do nosso amoroso mestre em nossa prática familiar e comunitária Afinal, a Bíblia que mais será lida pelas nossas crianças, será nossa vida e testemunhos.
Portanto, fiquemos atentos!  Perguntemo-nos sempre a cada gesto, atitude ou palavra em nosso dia a dia: Que evangelho estou ensinando? Tenho sido um bom exemplo de seguimento de Jesus para os pequeninos e pequeninas?
Que o amoroso mestre Jesus de Nazaré, ajude a comunidade IBP ser uma boa pedagoga do Evangelho para nossas crianças!

Pastora Odja Barros.



29/11/2019

Boletim Dominical 01/12/2019


O RESSUSCITADO ENTRE NÓS, PRODUZ GENEROSIDADE NA MISSÃO!
Atos 4:32-35

            Nestes últimos dias temos sido impactados pela poderosa mensagem existente no texto de Lucas 24:13-35. No final desta narrativa, lemos o casal de Emaús retornando para Jerusalém de onde saíram com medo e tristes pela crucificação de Jesus de Nazaré. O casal de Emaús, tendo seus olhos abertos na simples e poderosa partilha do pão, bem como seus corações aquecidos pela presença do ressuscitado, decidem levantar-se, deixando a tristeza e o desânimo de lado, para abraçar a missão que tinham pensado em abandonar (Lucas 24:30-33).
            Nas últimas semanas, tenho assistido um avivamento silencioso acontecendo em nosso meio. O mal materializado nas maledicências humanas, disputas, rixas, fraturas, inimizades, falsidades, acomodação e outras mazelas (Gálatas 5:19-21), parece estar perdendo terreno para o bem através da unidade, comunhão, partilha, amor e generosidade (Gálatas 5:22, 23), que é fruto da presença do ressuscitado entre nós.
            Quando o ressuscitado ocupa o centro das nossas vidas e rodas de conversas, o egoísmo junto com a avareza abrem espaço para uma vida de partilha, solidariedade e gentileza. Nestes últimos dias, conseguimos unidas(os) realizar mais um belo e solidário acampamento, construir uma pequena casa para abrigar dignamente Madalena com seus três filhos(as), a Abapi decidiu adotar o jardim da nossa igreja, os ministérios estão se revezando na recepção dos cultos dominicais, o berçário que estava fechado há 2 anos foi reaberto para glória de Deus, pequenos consertos e serviços de limpeza em nosso patrimônio tem sido feito pelas mãos da nossa diretoria, e até meados de dezembro estaremos concluindo a construção de mais uma casa no sertão (através da equipe de voluntários da Congregação em Palestina liderados por nosso missionário Mano) que abrigará e dará dignidade para mais uma família.
                Concluímos o segundo ciclo de 50 dias de oração e leitura dos evangelhos (ao todo oramos este ano 100 dias e lemos os 4 evangelhos do NT) na certeza que a Divina Ruah continuará fazendo grandes coisas em nosso meio. Cumprir a missão que Deus nos confiou é vital e essencial. A oração nos ajuda a manter o foco na obediência à nossa vocação enquanto comunidade de fé, atitude essencial para não desviarmos nosso olhar da Cruz e acabarmos perdendo energia com coisas que entristecem o coração do nosso Deus.
                No texto em destaque (Atos 4:32-35), Barnabé convicto da presença do ressuscitado em sua vida, coloca toda sua generosidade à disposição do desenvolvimento do Reino de Deus. Nossa oração é que todas(os) que fazem parte da grande Família IBP, convictas(os) da presença do ressuscitado entre nós, possamos colocar toda nossa generosidade à disposição do Reino de Deus e do seu cumprimento radical, à exemplo de Jesus de Nazaré, em terras alagoanas, nordestinas, brasileiras e até os confins da terra. Que nossa convicção do ressuscitado entre nós possa ir além das palavras. Creio com toda convicção que na partilha do pão, nossos olhos são abertos e nossos corações experimentarão o avivamento da Divina Ruah.

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos

22/11/2019

Boletim Dominical 24/11/2019


O RESSUSCITADO ESTÁ ENTRE NÓS!
Lucas 24:15, 16 e 30-33

            No último final de semana estivemos reunidos(as) em Paripueira-Al, por ocasião do nosso 25º Acampamento da Família IBP. Tivemos um tempo poderoso de comunhão, serviço, espiritualidade, mística, estudos e pregações que nos encheram da glória de Deus. A Pra. Odja e o Pr. Kinno foram os instrumentos que Deus usou para nos fazer Pensar e SENTIR a presença do Ressuscitado Jesus de Nazaré entre nós.
            Durante todos estes dias pós-acampamento, o desejo de silenciar minha alma e apagar a luz, para ver e escutar melhor a voz do amor que nos chama para amar, são intensos. Intensa também é a inquietação em minha alma causada pelas perguntas da Divina Ruah feitas através da boca da Pra. Odja: “O que precisa ser ressuscitado em minha vida? E ainda, o que precisa ser ressuscitado em minha comunidade de fé através da minha vida?” Uma outra palavra que fora colocada pela nossa pastora e que muito me fez pensar foi: “Temos percebido a presença do ressuscitado entre nós? O ressuscitado é presença constante em nossas rodas de conversa?”
            O casal de Emaús estava tão tomado pela tristeza e pelas próprias expectativas frustradas (Lucas 24:18-24) que não perceberam que aquele Queer (estranho) que se aproximou deles no caminho, era o próprio ressuscitado Jesus de Nazaré. Quantas vezes estamos tão tristes e abatidxs por conta das nossas próprias expectativas projetadas em Deus, em nossxs líderes, ou seja lá no que for, que não conseguimos enxergar a presença do ressuscitado entre nós. Nossos olhos fechados, só “enxergam” morte, defeitos, coisas ruins e maldades (Mateus 6:22, 23).
            Na partilha simples do pão, os olhos se abrem e com eles o coração pega fogo na presença do ressuscitado (Lucas 24:30-33). Você já parou para pensar que seus olhos podem estar fechados e que a culpa não é de ninguém além de você que, mesmo dentro da “igreja”, se encontra distante do ressuscitado? Será que o ressuscitado tem presença certa e permanente em nossas vidas, cotidiano, redes de amizades e conversas?
            Minha oração é que o ressuscitado esteja entre nós tendo liberdade para abrir nossos olhos, aquecer e incendiar nossos corações de amor pelo próximo e nos lançar de volta no caminho da missão. Aleluia, sê bem-vinda Divina Ruah entre nós através do ressuscitado Jesus de Nazaré.

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos

11/11/2019

ACAMPAMENTO DA FAMÍLIA IBP 2019

Data: 14 a 17 de Novembro
Tema: IBP 50 ANOS no CAMINHO do Amor e da Resistência

Texto Bíblico Inspirador:

Naquele mesmo dia, dois discípulos caminhavam indo para um povoado chamado Emaús. No caminho conversavam a respeito de tudo que havia acontecido. O próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar junto (...) E perguntaram-se: “Não estava queimando nosso coração enquanto ele caminhava conosco? No caminho de Emaús Lucas 24:13-35.
*Os estudos, reflexões bíblicas e momentos de espiritualidade contarão com a participação de: Pr. Clemir Fernandes (RJ), Pr. Kinno Cerqueira (PE) e  Pra. Odja Barros.



Mensagem Noite Domingo 10/11/2019


09/11/2019

Boletim Dominical 10/11/2019


ACAMPAMENTO DA FAMÍLIA IBP
IBP 50 anos no CAMINHO do Amor e da Resistência
Lucas 24:13-35

                Na próxima quinta-feira (14/11), a partir das 20h, estaremos nos deslocando para o Acampamento Batista de Paripueira-AL, para realização deste momento histórico na vida da nossa comunidade de fé. Este ano, por ocasião do já consagrado Acampamento da Família IBP, faremos o lançamento das comemorações dos 50 anos de Organização da nossa querida igreja que se dará em 21 de março de 2020.
                50 anos é um tempo significativo que deve nos levar a celebrar bem como também a refletir em todos os Caminhos e Descaminhos por onde trilhamos para chegar até aqui. São 50 anos de sorrisos, lágrimas, conquistas, derrotas, chegadas, partidas, muitos nascimentos e, também, muitas e dolorosas partidas. Em todos estes caminhos e descaminhos, mesmo sem notar muitas vezes, nunca estivemos sozinhos(as), Jesus de Nazaré sempre esteve caminhando conosco todo este tempo (Lucas 24:13-16 e 32).
                O Acampamento da Família IBP é um marco na vida da nossa querida igreja. Isto porque, destes 50 anos de organização da nossa igreja, estivemos reunidos como Família IBP em Paripueira, juntos e juntas por 25 anos. Muitas histórias para contar: Vimos crianças crescerem e tornarem-se adultos, palestrantes que nos abençoaram de forma fantástica e marcante através da instrumentalidade da Divina Ruah, celebrações de inúmeros batismos abençoados com lágrimas, partilhas do pão e vinho na mesa do Senhor de formas diversas, além de muita festa, reencontros, curas e fortalecimento da nossa comunhão enquanto igreja de Jesus.
                Desta forma lhes convido a colocar estes dias que nos aguardam em profunda e reverente oração. Sempre bom lembrar que não estamos indo para uma simples colônia de férias, camping legal ou um “rolê” agradável de feriado. Estamos indo enquanto Igreja de Jesus, ouvir a voz de Deus para os próximos anos que virão. Abra desde já seu coração e sua mente e permita que a Divina Ruah comece a soprar o sopro da transformação, renovação da esperança e avivamento na sua vida e na vida de todos e todas que Deus já separou para serem cheios da potência de vida que há no nome de Jesus. Que venhamos a sair destes dias totalmente inundados do amor, graça, perdão, alegria, paz, justiça e sentimento comunitário que há no poder do nome de Jesus (Fp. 2:9-11).
                No caminho do amor e da resistência ao mal e ao ódio, lançaremos o ano comemorativo dos 50 anos da nossa igreja. Deixe Deus iniciar este processo revolucionário de abertura de olhos e coração em chamas (Lucas 24:31, 32a) através da sua vida hoje mesmo.
 Em tempo: próximo domingo não teremos celebração à noite na nossa sede, uma vez que estaremos no Caminho de volta do acampamento para nossas casas, visando iniciar uma nova e frutífera Caminhada nos próximos dias, semanas, meses e anos que virão.

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos

               


01/11/2019

Boletim Dominical 03/11/2019

IGREJA REFORMADA, SEMPRE REFORMANDO-SE: O QUE AINDA É PRECISO REFORMAR NA IGREJA?

31 de outubro de 1517, foi a data em que, presumivelmente, Martinho Lutero pregou suas 95 teses sobre indulgências na porta da igreja de Wittenberg-Alemanha. Esse ato é considerado ponto de partida da Reforma Protestante. As 95 teses marcam o evento denominado Reforma Protestante. Sabemos que a Reforma Protestante foi resultado de uma confluência de muitos movimentos políticos, sociais e religiosos que a antecederam e a sucederam e que nela celebra-se.  No entanto, não podemos deixar de reconhecer que o ato de protesto das 95 teses, protagonizado por Lutero, abriu espaço para fomentar e visibilizar outros grupos que aspiravam e lutavam por “Outra Igreja possível”. Grupos que até então não se fazia notar, até porque na sua maioria eram compostos de camponeses e camponesas, artesãos e artesãs, cuja representação política e religiosa era mínima.
502 anos depois, existe razão para continuar celebrando a Reforma Protestante?  Se olharmos para a Reforma como a memória de um grito da Igreja do século XVI, que exigia uma resposta do cristianismo institucional aos desafios eclesiais e sociais, principalmente, um grito contra corrupção generalizada que ocorreu dentro da Igreja, aliada aos poderes do Estado, sim, devemos celebrar! Mas, celebrar como memória crítica, de inconformação, protesto e grito que ecoou para dentro da própria Igreja. Uma Reforma de baixo para cima, disposta a romper os laços do modelo de cristandade em que estavam unidos Igreja e Estado e os interesses de uma elite política e religiosa.
No cenário atual da Igreja evangélica brasileira, cada vez mais aliada aos poderes do Estado, corrompida e articulada com as forças de um fundamentalismo religioso e intolerante, a memória da Reforma pode reavivar o grito e o potencial crítico que o Crucificado e o Ressuscitado têm de questionar, não apenas a sociedade de nosso tempo, mas - acima de tudo – questionar a própria Igreja. 
Concluo essa reflexão me perguntando: quais seriam as novas teses que precisaríamos pregar hoje na porta das igrejas?  O que ainda é preciso reformar na Igreja?
Soli Deo Gloria.

Pastora Odja Barros.


25/10/2019

Boletim Dominical 27/10/2019


SONHANDO ACORDADO
Joel 2:28

            Num momento de crise profunda vivida no tempo do profeta Joel, uma mensagem dos céus veio até ele que dizia: E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.” (Joel 2:28). Enquanto orava e pensava sobre o que escrever nesta pastoral dominical, lendo e assistindo todas as notícias que nos acometem de perto e de longe ao mesmo tempo, notícias que vão de tragédias/crimes ambientais (óleo derramado de forma criminosa no litoral nordestino) até carreta abandonada com 39 pessoas encontradas mortas em Londres, me peguei sonhando acordado com nosso mundo, país e comunidade de fé.
            Sonhei com um mundo onde as fronteiras fossem abertas e o trânsito entre pessoas estivesse liberado como irmxs que transitam de um lado para outro sem constrangimento e/ou perseguição;
            Sonhei com um mundo onde as pessoas transitassem de um lugar para o outro não por conta das guerras, genocídios silenciosos, fome e falta de recursos hídricos. Transitassem para conhecer e visitar outrxs irmxs à exemplo de uma pequena parcela da população em suas viagens de turismo;
            Sonhei com um mundo em que o estrangeiro e imigrante fosse tratado com amor, consideração, respeito e amizade (Mateus 25:35b). Não como um inimigo em potencial que precisa ser expulso e destruído;
            Sonhei com um país unido em torno do cuidado dos mais pobres, da natureza, dos valores éticos que defendem a justiça e a dignidade. E não um país dividido em legendas partidárias e torcidas organizadas que se odeiam e querem se destruir mutuamente;
            Sonhei com um país em que as diferenças de credo/religião, diversidades sexuais e raciais não fossem um problema em si, e sim, um motivo de celebração pela beleza da multiplicidade e diversidade como a vida se manifesta;
            Sonhei com um país em que a solidariedade e o amor venceriam o individualismo e o ódio, dando lugar ao bem-viver para todxs;
            Sonhei com uma comunidade de fé em que todas as pessoas seriam acolhidas e amadas pelo simples fato de serem pessoas amadxs pelo Criador (João 3:16; Gálatas 3:26-28);
            Sonhei com uma comunidade de fé em que os seus ministérios (Crianças, Abapi, Jubapi, Manacás, Barnabés, Negritude e Boa Idade) dialogam entre si, buscando comunitariamente, como irmxs que se amam e buscam a melhor forma de servir, juntxs ao nosso Deus;
            Sonhei com uma comunidade de fé que ama de todo coração à missão que lhe confiada pelo próprio Deus (Mateus 16:18), através de uma entrega plena de recursos financeiros e mais ainda, de uma entrega pessoal e cheia de compromisso com a sua comunidade local de fé.
            Estes foram alguns dos meus sonhos acordados. Creio no derramamento do Espírito prometido em Joel 2:28 e repetido em Atos 2:17, 18. Oro para que todas as pessoas de todas as idades sejam banhadas e plenas do Espírito/Ruah de Deus, sonhando comunitariamente os sonhos de Deus para perto e para longe. Quais os seus sonhos para nosso mundo, país e comunidade de fé? Será que estou sonhando sozinho? Sonhemos juntxs os sonhos de Deus, pois, assim a vida será melhor para todxs.

Do seu pastor e amigo, Wellington Santos



18/10/2019

Boletim Dominical 20/10/2019

OLHOS FIXOS NA MISSÃO!
“Galileus (Família IBP), por que vocês estão olhando para o céu?” Atos 1:11ª

            Na última quinta-feira, 17 de outubro, juntamente com minha parceira de vida e ministério, completamos 26 anos à frente da Família Batista do Pinheiro como seus pastores. Neste mesmo dia, iniciamos nossas conversas sobre a segunda etapa do planejamento que iniciamos em Maio/2019, com a assessoria do Paulo Ueti. Neste dia, esteve reunido o grupo que estava pensando a formação educacional e teológica da nossa comunidade para os próximos anos.
            Estamos às portas de completar, enquanto igreja organizada oficialmente (21 de março de 1970), 50 anos de organização e existência, proclamando o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré, com todas as suas implicações no campo da justiça, dignidade, paz, alegria e amor que poderíamos dizer, seria uma síntese do Reino de Deus anunciado por Jesus (Romanos 14:17).
            Uma tendência perigosa que corremos enquanto comunidade do Reino é ficarmos embevecidos(as) pelo passado, juntamente com aquelas realizações que consideramos bem sucedidas. Perigo de sermos tomados(as) por um saudosismo paralisante que pode nos levar a ficarmos com os olhos fixos nos “céus”. O texto acima relata exatamente o alerta aos discípulos(as) de Jesus, feito pelos dois homens misteriosos vestidos de branco (Atos 1:10b).
            No livro de Atos, escrito por Lucas, o texto inicia com a visitação do ressuscitado Jesus aos seus seguidores (Atos 1:1-3). Nesta visita que seria sua última aparição antes de ser elevado aos céus, Jesus lhes dá orientações e faz uma promessa: “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8). Segundo a narrativa bíblica, logo após esta promessa Jesus foi elevado à presença de Deus. Neste momento, os(as) discípulos(as) ficam paralisados(as) perante tal cena grandiosa, esquecendo-se da ordem missionária que lhes foi dada (Atos 1:10a).
            Sei que é difícil deixar o que passou para trás e seguir caminhando. Sei que é muito difícil se reinventar depois de tantas lutas com algumas derrotas e vitórias. Sei que é difícil praticamente reiniciar tudo novamente como se fosse a primeira vez, sendo que depois de tantas andanças e embates, estamos mais cansados(as) e meio desanimados(as). O problema é que o Reino de Deus não se constrói olhando para trás e/ou fixando os olhos no céu, numa tentativa desesperada de congelar o presente. Não temos opção: Ou desistimos ou seguimos em frente. Qual sua opção?
            Estamos mergulhados(as), neste momento, em busca de respostas do alto para nossa comunidade, que tem uma missão a cumprir, em obediência Aquele que é o Autor e Consumador da nossa fé (Hebreus 12:2). Segundo o escritor Rubem Alves, eu e a pastora Odja não temos mais 26 anos de ministério como líderes desta linda família de fé, nem tampouco a IBP tem mais 49 anos e 7 meses de existência. Quantos anos ainda temos pela frente enquanto líderes desta amada igreja e quantos anos tem a Família IBP para cumprir sua missão, é um mistério reservado ao Senhor da história (Marcos 13:32). Sigamos unidos(as), com os olhos fixos na missão, em obediência ao Aba (Marcos 14:36a), que nos confiou tamanha responsabilidade.

Do seu pastor e amigo,
Wellington Santos




17/10/2019

26 ANOS DE MINISTÉRIO DO PR. WELLINGTON E DA PRª. ODJA NA IBP



Hoje, comemoramos mais um aniversário de ministério da nossa querida Prª. Odja e do nosso querido Pr. Wellington. Mais do que comemorações, hoje é dia de orar e agradecer a Deus por suas vidas, pelo seu ministério e por todas as sementes plantadas nesses 26 anos, que hoje são frutos preciosos.
Você que está conosco há muito tempo sabe, mudamos muito. Passamos por diversas fases. Enfrentamos diferentes desafios. Sofremos, vencemos, perdemos, continuamos. Mas chegamos até aqui com uma sensação gostosa: amadurecemos. Você que chegou na IBP há pouco, parabéns. Hoje somos muito melhores do que nos primeiros anos. Estamos mais preparados para o diálogo com diferentes, mais engajados para debater questões relevantes para a vida, mais articulados em perceber a beleza e mais desejosos de encarnar Jesus nesta geração. A IBP tem se firmado como porto acolhedor, janela arejada. Sentimo-nos honrados. Somos membros de uma viva comunidade de fé. Sentimo-nos estimulados com as histórias que ouvimos de muitas pessoas que se sentem curadas de uma religiosidade doente e adoecedora.
Aqui experimentamos o renovo da nossa fé e vemos o nosso amor a Deus ganhar novas forças. Aqui fomos e continuamos sendo estimulados a viver uma espiritualidade sadia, leve, livre de neuras. Aqui encontramos uma igreja inquieta, pensante e pulsante, acolhedora e desafiadora – indiscutível espaço de reflexão e de vanguarda no cenário cristão brasileiro. Como membros dessa igreja que amamos tanto, carregamos no peito um misto de orgulho e de imensa alegria ao vê-los completando mais um aniversário de ministério e cumprindo seu papel de anunciar o Reino de Deus de forma tão sublime e corajosa.
Com o seu testemunho, sentimo-nos sempre dispostos a prosseguir. Sabemos que esse ministério devolveu entusiasmo para muitas pessoas. Sorrimos, ao perceber o orgulho de alguns dizendo: Esta é minha igreja. Por isso, Prª. Odja, Pr. Wellington, ALELUIA! Toda glória, toda honra e todo louvor, dedicamos a Deus por suas vidas e pelos seus 26 anos de ministério na IBP, que hoje celebramos.

Escrito pelo Vice-Presidente Roberto Barboza



11/10/2019

Boletim Dominical 13/10/2019


IRMÃ DULCE E DOM HELDER CÂMARA
“Disse Jesus: tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer”. Marcos 8:2

            Neste domingo, a irmã Dulce (nordestina nascida na Bahia), conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”, será beatificada pela Igreja Católica em Roma. A partir de hoje, formalmente, esta frágil mulher que dedicou sua vida inteira a cuidar dos excluídxs das ruas de Salvador-BA, finalmente será sagrada “Santa” conforme a fé e as regras da sua igreja. Exemplo fantástico de vida e de prática para uma sociedade ensimesmada e apaixonada pelo sucesso e aplauso. Minha oração é que surjam outras irmãs Dulces desejando, despretensiosamente, servir àquelxs que estão esquecidxs pelas políticas públicas e oportunidades desta vida.
            Quero aproveitar para trazer à nossa memória outro nordestino nascido no Ceará que, a exemplo da irmã Dulce, chamou a atenção do mundo pelas suas inúmeras obras de caridade e da sua luta em defesa daquelxs empobrecidxs do seu tempo. Dom Helder Câmara, foi Arcebispo de Olinda e Recife, dedicando todo seu arcebispado aos empobrecidxs destas duas cidades. O problema talvez da luta de Dom Helder, diferente da luta e dedicação da Irmã Dulce, é que ele não se limitou a alimentar aos famintxs. Ele dizia: “Quando dou comida aos pobres me chamam de santo. Quando pergunto a causa da fome me chamam de comunista”. Muito provavelmente, a grande maioria dos católicos destes últimos dias veem na vida da Irmã Dulce algo a ser seguido, já na vida de Dom Helder nem tanto.
            A compaixão pelos que passam fome não pode se limitar a apenas alimentá-lxs. A máquina de produzir miséria do sistema majoritário capitalista selvagem em voga no mundo, não para de moer gente e de lançá-lxs na rua da amargura. Tudo que o sistema precisa é de “santxs” obedientes, “distantes da política” que restrinjam suas ações ao campo da “caridade” sem fazer perguntas e denúncias incômodas (Amós 4:7, 10-15a, 21-24). Precisamos desenvolver uma compaixão que nos mova a - com uma mão compartilhar misericórdia através da partilha imediata do socorro a quem está na beira do precipício social e com a outra mão lutar para estancar a produção da miséria e exclusão através do acúmulo do capital nas mãos de uns poucos (Ler matéria do Jornal El País no brasil.elpais.com: “Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade da população mais pobre”).
            Concluo esta breve reflexão indagando: Devemos seguir apenas o bom exemplo da Irmã Dulce só agora, declarada santa para cúpula romana da sua igreja? O exemplo de Dom Helder Câmara deve nos desafiar em algo para além da caridade refletida tão somente no enfrentamento das necessidades imediatas sem fazer nenhum tipo de reflexão e luta que importune os senhorxs da Casa Grande? A comunidade IBP, através dxs pastorxs e missionárixs, na sua visão seriam consideradxs santxs ou “comunistxs” pela opinião pública vigente nestes últimos tempos em nosso país? A comunidade IBP, através dxs pastorxs e missionárixs, devem se limitar a acolher as vítimas da violência, fome e abandono, sem querer saber as causas para serem considerdxs santxs pela opinião pública ou continuar fazendo perguntas incômodas e denunciando as estruturas que produzem a opressão, mesmo que para isto sejam consideradas de forma pejorativa “comunistxs” pelo fato de se negarem a serem bons(as) religiosxs que diminuem a fome por um lado e abraçam quem a produz por outro?
            Confesso que não tenho vocação nem condições de ser considerado “santo”, com todo respeito, pela escola da Irmã Dulce. Que sejamos tomadxs de compaixão na luta para acabar com a fome e a exclusão, a exemplo da Irmã Dulce. Ao mesmo tempo, estejamos prontxs a ser tomadxs por uma compaixão profética cheia de indignação contra aquelxs que produzem a miséria e a fome, perguntando a causa e denunciando quem a produz, a exemplo de Dom Helder. Que Jesus de Nazaré que não se acovardou com a cruz, seja nossa inspiração na luta e missão de alimentar os famintos e de denunciar os que produzem a fome. Nem “santxs” nem “comunistas”, apenas servxs de Jesus de Nazaré.
Do seu pastor e amigo, 
Wellington Santos



04/10/2019

Boletim Dominical 06/10/2019


HORTA COMUNITÁRIA, EXEMPLO DE CUIDADO DA CRIAÇÃO E ESPÍRITO SOLIDÁRIO EM TEMPOS DE EGOÍSMO E VIOLÊNCIA SIMBÓLICA!!!
(I João 3:18)

            No último sábado, enquanto viajava para visitar a Congregação de Zé da Rocha (Junqueiro-AL) e realizar um casamento em Arapiraca, algo aparentemente simples e potencialmente revolucionário acontecia no pequeno condomínio onde moro desde 2003 no Tabuleiro. Três moradores do condomínio, guiando um carrinho de mão recheado de hortaliças fresquinhas e sem agrotóxicos, faziam a entrega generosa e carinhosa de porta em porta da primeira colheita da horta, denominada por elas e eles que plantaram e cuidaram de comunitária. Na hora da primeira colheita, decidiram socializar com todos(as) os(as) moradoras e moradores. Eu por exemplo, lembro-me de apenas incentivar, elogiar e apoiar a iniciativa, entretanto, colocar a mão na massa eu não coloquei.
            Quando retornei de viagem e ouvi o relato através da minha filha, fui reportado a pensar que o Evangelho (Boa Nova) sonhado e propagado por Jesus de Nazaré se encontra vivo, apesar da religiosidade tóxica de alguns que confundem espiritualidade evangélica com vida centrada em templos, regras e rituais. Fiquei pensando na afirmação da Primeira Epístola de João 4:7, 8 que diz: “Aquele(a) que ama conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Este ato foi sem sombra de dúvidas um ato de amor à Deus. Pois, compartilhar com generosidade, alimentar um espírito solidário e comunitário é uma demonstração viva de amor e de que entendeu que a oração que Jesus de Nazaré nos ensinou como base em Mateus 6:9-15, só tem sentido pleno se o Pai/Mãe forem Nosso à exemplo do Pão (“Pai/Mãe Nosso(a) que estais nos céus...O Pão Nosso de cada dia...).
            Este final de semana nossas crianças se reuniram para conversar acerca da responsabilidade com o cuidado da criação de Deus, tendo como tema do Acampamento: Crianças na Missão, cuidam da Criação. Desde sexta-feira, elas estão debruçadas sobre o cuidado com o que nosso Deus chamou de bom (Gn. 1:31), sua bela e maravilhosa criação. Em tempos de queimadas, exploração do meio ambiente de forma irresponsável, destruição dos biomas, agrotóxicos nada Pop envenenando nossas mesas e comprometendo nossa saúde e futuro nesta terra criada e amada por Deus, indago: Quem cuida mais da criação? Os(as) que de bíblia em mãos vomitam textos sagrados em defesa disto e daquilo de forma conservadora e fundamentalista ou aqueles(as) que de forma simples e discreta, sem maiores pretensões, plantam uma horta debaixo do sol escaldante da nossa cidade para depois compartilhar com todos e todas de forma generosa? Os que plantam hortas comunitárias juntam-se aos que lutam em defesa de uma vida digna para todos(as) independentemente da cor da sua pele, condição sexual, intelectual, econômica, religiosa e etc.
            Quem sabe podemos nos espelhar no exemplo dos(as) vizinhos(as) do condomínio onde moro para de forma prática, reeditarmos o plantio de uma pequena e comunitária hortinha, que seria administrada por nossas crianças no terreno que pertence à nossa igreja? Já vivemos esta experiência, precisamos retomá-la. Amor não se mostra em palavras, e sim, em atitudes como nos afirma as escrituras em I João 3:18, que diz: “Filhinhos(as), não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.”

Do seu amigo e pastor,
Wellington Santos